Relações Familiares e seus Desafios

1. Considerações Iniciais

É indiscutível que as influências dos ambientes externos cheguem até nossos lares. Essas influências poderão ser negativas e/ou positivas. Como a educação começa em casa, temos mais este desafio para vencer, ou seja, administrar/enfrentar as influências externas com uma convivência familiar amorosa, saudável e que prime pelo exercício de valores, pela ajuda mútua e pelos exemplos.

2. Alguns passos no processo de convivência

No ambiente familiar acontecem os primeiros passos para a socialização, onde se aprende a comer, andar, pensar, expressar, acreditar, enfim, a conviver com os outros. Para o caso de negligência nos cuidados básicos no ambiente familiar, ocorre a interferência externa por meio de instrumentos legais de proteção para garantir os direitos da criança (ECA) e do jovem (ECA/Estatuto do Juventude).

A convivência familiar é um ótimo exercício para futuros relacionamentos com outras pessoas. Começa com os pais, cuidadores, avós, tios, primos, irmãos etc. Todos precisam sentir o amor de diferentes formas e a família pode proporcionar isso, gerando assim a confiança e segurança de que tanto o ser humano precisa.

As rápidas transformações no mundo também afetam a família. Nela também acontecem as transformações sociais e novas configurações do grupo familiar, o que confirma que não se pode dar a mesma educação que nossos avós deram para nossos pais e que nossos pais nos deram.

Amor, segurança e boa convivência num ambiente harmonioso muito favorecem a educação, o desenvolvimento de potencialidades no âmbito físico e emocional e com certeza neutralizam os desacertos na educação dos que estão sob nossos cuidados.

O passo seguinte é a escola, o contato com outros grupos diferentes da família. Nesse processo de adaptação/acolhimento é necessário a participação e apoio familiar para o fortalecimento deste novo vínculo. O resultado no âmbito formação/educação será muito melhor com a parceria (escola + pais + alunos + comunidade) e o reconhecimento do valor desta instituição – escola.

Na escola pode surgir outro grupo de convivência: o grupo dos amigos que com o passar do tempo, torna-se necessário no processo de independência e auto estima. Os pais precisam reconhecer a importância dos grupos de amigos e trazê-los para dentro de casa, o que facilita o conhecimento e o acompanhamento. Assim, será mais fácil administrar os tão temidos conflitos e rebeldias durante as fases de adolescência e de juventude e o “poder” das influências que o grupo pode gerar.

Assim como a criança, o adolescente e o jovem passam por um período de preparação que acontece espontaneamente e é diretamente influenciado pela família, economia, poder aquisitivo, local de moradia, local de estudo e grupo de amigos. Este período de preparação também é um período de transitoriedade e adaptação/aceitação das influências dos pais e das influências externas. Estas influências favorecerão ou nãoo sentimento de acolhida e inclusão no grupo familiar, no grupo de amigos e na sociedade.

Os passos no processo de convivência são inevitáveis. Infelizmente muitos pais negligenciam os tão necessários cuidados básicos de amor e segurança em todas as fases e também esquecem que já foram adolescentes e jovens. Os tempos e desafios são outros, mas é fundamental que a educação continue sendo amorosa, com valores, limites, exemplos e com o exercício da cidadania no âmbito familiar e social.

O tempo passa e chega o momento de novas responsabilidades davida adulta, as definições para toda a vida em relação ao profissional, social e familiar.

Todos têm a expectativa de viver a fase da velhice, fase esta que não está isenta das influências dos ambientes externos e desafios. Alguns desafios significativos nesta etapa da vida são as limitações físicas e a falta de cuidados pelos mais jovens e familiares.

2.  Considerações sobre alguns fatores externos

Alguns fatores externos afetam mais diretamente o relacionamento/convivência familiar. São eles: situação financeira, vida social, saúde e férias/lazer.

Se a situação financeira não proporciona atendimento das necessidades básicas de alimentação, de vestuário, de moradia e de saúde, a família é certamente afetada. Se a saúde não for cuidada, inclusive com a prática de exercícios físicos, doenças podem afetar o trabalho e causar sofrimento na família. Se a vida social não for satisfatória e não acontecer momentos de lazer – o fazer diferente da rotina com seus entes queridos e amigos, também poderá ocasionar frustações e afetar o humor e convivência familiar. Aliás, o bom humor faz parte de uma boa convivência, além da criatividade e do olhar para as oportunidades do “fazer” com baixo custo e do “fazer” juntos. Fazer junto fortalece os vínculos e auxilia na superação dos desafios, que não são poucos.

3.  Considerações Finais

Os desafios dos ambientes externos são passado, presente e futuro. Para enfrentá-los com mais leveza, lembremos de incorporar atitudes simples e positivas nas relações familiares. Desde logo, desenvolver a escuta e oferecer um abraço amigo e acolhedor em todos os momentos são atitudes simples e significativas na convivência familiar.

Marlene de Fátima Merege Pereira – Associada Escola de pais do Brasil – Seccional de Curitiba – PR  mfmpereira@gmail.com

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