LIÇÕES DO PASSADO PARA CONSTRUIR O FUTURO

“A História é a mestra da vida”.

Esta frase é atribuída a Marco Túlio Cícero, senador, filósofo e retórico romano, que viveu no século I antes de Cristo. Ele acreditava que havia uma relação íntima entre a ação virtuosa e os exemplos do passado.

Vários filósofos fizeram referência ao aprendizado com o passado. O filósofo Kierkegaard dizia: “A vida somente pode ser compreendida olhando-se para trás, mas somente pode ser vivida olhando-se para frente”. O grego Heródoto, considerado o pai da história, que viveu no século V antes de Cristo, recomendava “pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro“. Outro sábio, Confúcio, disse: “se queres conhecer o passado, examina o presente que é o resultado; se queres conhecer o futuro, examina o presente que é a causa“.

De forma recorrente, encontra-se a crença de que a história é cíclica, ou seja, existe uma repetição sistemática na história.

E de que isso tudo nos serve?

Inegavelmente, os fatos ocorridos no passado servem como exemplo e aprendizado para a vida presente. Muitos já erraram por não aproveitar as lições do passado. Tanto nações como pessoas esquecem às vezes de olhar para trás para aprender com os acertos (que devem ser imitados) e com os erros (que devem ser evitados).

Em termos de família e de vida familiar isto também acontece. Todos temos boas experiências, como filhos, no nosso passado, que gostaríamos de repetir com nossos filhos. Identicamente, algumas experiências de erros dos nossos pais, não desejaríamos repetir em nossa família.

Aí é que está o problema: nem sempre isso é possível. Por exemplo, uma experiência que marcou a vários de nossa geração é a vivência da disciplina na educação que nossos pais nos deram. Muitos valorizam isso, porque vieram a compreender como isso influiu depois em nosso desenvolvimento pessoal. O hábito de acordar cedo, de respeitar a autoridade dos pais e outros aspectos, muitas vezes se transformaram em valores que muito prezamos. É necessário reconhecer, no entanto, que hoje as coisas são diferentes. Os pais, hoje, não mais conseguem “impor” uma disciplina sem negociação, como era antigamente.

Outra experiência, do passado, que muitos valorizam, é o convívio familiar. Numa época em que os atrativos de TV, Internet e outros não existiam, ou eram muito menos intensos, era mais fácil a família se reunir e conversar. Muitas vezes o almoço e o jantar eram em conjunto. A conversa fluía livremente (os conflitos também). Todos sabiam o que se passava com todos. Havia uma integração maior dentro da família. Hoje isso é mais difícil; o ambiente em que vivem nossos filhos é mais propenso a uma participação social maior e menor participação familiar.

O perigo dessa exposição maior das crianças e jovens ao “social” é a perda de valores que geralmente são transmitidos pelas famílias. Nada substitui o papel dos pais (e educadores) na transmissão desses valores e na fixação de limites aos educandos.

Mais uma vez recorremos à história: onde e quando foram enfraquecidas as relações familiares, os resultados foram às vezes catastróficos. Veja-se o caso da Alemanha nazista, em que foi criada a “juventude hitlerista”, com os valores sendo transmitidos por um partido, o que resultou na inoculação de um fanatismo irracional nos jovens, os quais terminaram sendo mandados para morrer, aos milhares, por um ideal falso e fracassado.

Tenhamos em mente que, para prepararmos um futuro melhor, não podemos abrir mão das lições do passado, embora sem saudosismo, pois as coisas se transformam. A palavra chave não é “esquecimento” e sim “adaptação”.

 

Renato Falcão de Almeida Souza, Engenheiro Civil, pós-graduado em Administração Financeira e em Filosofia, Auditor Fiscal aposentado, e participante, com Thelma da Escola de Pais, seccional Salvador.

Publicado na Revista Escola de Pais do Brasil – 56º Congresso Nacional – 2019, p. 30-31.

2 Comentários

  1. Os porquês da desinformação no Brasil

    “Só se constrói o futuro conhecendo o passado”
    Esta frase é atribuída a Marco Túlio Cícero, senador, filósofo e retórico romano, que viveu no século I antes de Cristo.
    E a grande e triste realidade brasileira,  é que a maioria do povo aqui, não se interessa por história ou historiografia mundial. Assim como ainda não entendeu que, a política é necessária e primordial em qualquer sociedade,  porém é necessário ser bem informado e ter um bom senso crítico para formulários uma boa opinião pública a respeito de tudo o que acontece no âmbito geral, para depois  agir e reagir, de maneira sensata e inteligente,  não através da ignorância ou da força.
    O poder público vem a anos trabalhando para garantir a desinformação do conteúdo essencial para que esta geração atual chegasse a este grau de mentalidade.
    Foi extinguida ou excluída a principal matéria do ensino público e privado que contribuíam para que os jovens de ensino médio no Brasil, eu falo sobre, “OSPB”. Foi instituída em 1940 e abolida ,em 1993.
    Organização Social e Política Brasileira, lembram?
    * Aprendíamos o que são os 3 poderes e como eles se constituem, como funcionam e como devem atuar.
    *Quais são os principais regimes políticos e como funcionam na prática e quais são os direitos e deveres dos cidadãos em cada um deles, ou seja (quem manda é quem deve obedecer também).
    Outra matéria de fundamental importância que também foi excluida é “EMC” (Educação Moral e cívica). Foi instituída em 1940 e abolida juntamente com a OSPB ,em 1993.
    Vocês lembram-se o que aprendiamos?
    *A defesa do princípio democrático, através da preservação do espírito religioso, da dignidade da pessoa humana e do amor à liberdade com responsabilidade, sob a inspiração de Deus;
    *A preservação, o fortalecimento e a projeção
    dos valores espirituais e éticos da nacionalidade;
    *O fortalecimento da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana; *O culto à Pátria, aos seus símbolos, tradições, instituições e aos grandes vultos de sua historia;
    *O aprimoramento do caráter, com apoio na moral, na dedicação à família e à comunidade;
    *A compreensão dos direitos e deveres dos brasileiros e o conhecimento da organização sócio-político-econômica do País;
    *O preparo do cidadão para o exercício das atividades cívicas com fundamento na moral, no patriotismo e na ação construtiva, visando ao bem comum.
    Se vocês se aprofundarem nesse assunto vão enxergar nitidamente o seguinte:
    >>>Trata-se de privar excluir um direito constitucional à informação de extrema importância para a sociedade brasileira.
    Portanto, podemos concluir aqui é que, o interesse principal dos políticos daquela época é o mesmo de sempre.
    “Pois quanto mais lhe é dado, mais lhe será cobrado”.
    Não havendo acesso à informação e ao auto conhecimento não haverá cobranças por parte da população.  Entenderam os  porque de um ensino público sucateado???
    Nota-se claramente que, na atualidade o povo brasileiro aprendeu apenas o ato de usar a urna eletrônica para votar de maneira totalmente inconsciente!!!
    É só vc perguntar para algumas pessoas.
    1- O que são os três poderes?
    2- Como funcionam os 3 Poderes.
    3- Qual é o regime político predominante no Brasil?
    4- O que é democracia?
    Faça alguns testes em locais e regiões difereciadas, você irá se impressionar com a tamanha desinformação.
    Termino aqui com uma frase de minha autoria.
    Já que em terra de cego quem possui um olho é rei, por que não dizer que, em terra de otários quem é malandro também é rei!

  2. Qual o dever cívico mais importante que os políticos tanto prezam?
    R: O dever de votar de 4 em quatro anos.
    E se tratando de direitos. Qual o direito constitucional mais importante para uma sociedade civil democrática?
    R: O direito à informação, através de todo e qualquer canal de informação.
    Cadê???

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