No mundo da comunicação… Preparando os jovens para a família do amanhã

Com inúmeras mudanças no contexto cultural, consideramos algo muito profundo e de suma importância nos dias atuais, preparar nossos jovens para relacionamentos maduros a ponto de formar verdadeiras famílias.

As mudanças são tantas, que podem ser percebidas a partir de um olhar atento ao nosso redor, desde a forma das novas construções em condomínios, organizações de casas isoladas atrás de muros com grande proteção e segurança, provocando cada dia um maior isolamento.

A moda hoje em dia é a construção de redes e grupos virtuais através da Internet é por esse meio que muitos relatos começam a existir.

No mundo atual do “trabalho”, as pessoas não se relacionam do mesmo modo, não há segurança e nem interesse em manter-se por muito tempo num mesmo lugar, como era no passado.

Na família também, antes o homem tinha o domínio sobre a mulher e filhos, hoje as relações se modificaram provocando um novo modo de ser e de viver.

Essas mudanças geram tendências no comportamento, volta-se para o mundo particular. As pessoas estão preocupadas consigo mesmas, com a sua felicidade, com o seu bem estar somente. Tudo se tornou descartável.

Neste ambiente, onde enxergam somente a si mesmos e seus interesses particulares nós, como pais e educadores, temos a obrigação de capacitar nossos jovens a posicionar-se frente às questões da sua vida, do seu projeto de vida como pessoas, da comunidade e da sociedade onde vivem e atuam.

Essa formação está cercada de muitos desafios, então nossa tarefa será a de compreender o fenômeno que está ocorrendo para encontrarmos respostas e assim podermos orientá-los.

Sabemos que não há fórmula mágica num mundo globalizado, marcado pelo consumismo.

E nesse mundo pós-moderno, torna-se muito mais complexo pensar em orientar os jovens, com um acompanhamento adulto e maduro, pois vivemos experiências completamente diferentes.

Quando pensamos em orientar nossos jovens para serem lideres, pessoas autônomas, felizes, capazes de ter direção, projetos de sociedade, famílias constituídas, ou seja, por onde deveremos apontar os caminhos a serem seguidos, nos deparamos com a utopia de outro mundo.

Há entre esses dois mundos, abismos de visão, provocadores de arrogância que geram distanciamentos da realidade.

Deveremos sim, ajudá-los a romper barreiras, com o desejo de vê-los superando-se através das suas potencialidades.

O acompanhamento na formação é fundamental, vinculados diretamente no planejamento, ajudando-os na organização de um caminho, de um processo que não se resuma somente em reflexões, mas sim em exemplos e práticas novas.

Sabemos que a personalidade não muda, mas sim a forma como a dispomos, porque somos influenciados por tudo e por todos.

Como é possível então conviver, conhecer e entender outra pessoa, quando ainda nem nós conhecemos a nós próprios?

Num casamento, por exemplo, pode-se cair no erro de confundir o romantismo com o verdadeiro amor. Por isso é preciso orientação, atenção, objetividade e, sobretudo avaliar o futuro dessa relação.

Hoje em dia a independência econômica alcança-se cada vez mais tarde, os estudos prolongam-se por várias razões, o que também leva os jovens a uma acomodação grande na casa dos pais. A facilidade e banalidade sexual também geram a “não há pressa”, até porque aí se encontra todo o conforto, descontração e liberdades que muitas vezes se perde nas dificuldades de um início de vida independente. 

Seja como for, independentemente das idades, o casamento é sempre valioso, desde que haja uma preparação e plena consciência de que existem responsabilidades, porque ele é feito de altos e baixos, sendo necessário ter uma noção de tudo o que envolve.

Outrossim, é importante ensinar aos jovens a dialogar, sem acusar ninguém, muito menos no casamento, onde não há modelo obrigatório a seguir.

 O Amor está nas pequenas coisas que fortificam o relacionamento, nos gestos, nas escolhas, atitudes, na vontade de compreender, nas partilhas que conduzem os momentos de alegria.

É no comportamento do dia a dia que se constrói e se solidifica o relacionamento, não existe manual de instrução.

É preciso descobrir o caminho que leva à felicidade e ao entendimento para construção de uma verdadeira família.

Não se pode pensar que o casamento, a constituição de uma família, possa falhar antes mesmo de acontecer.

Deve-se sempre estar fortalecido e orientado a pensar de forma positiva e que a família, esteja sempre presente quando for necessária sua ajuda.

Não é fácil manter um casamento nos dias atuais, mas o casal tem que sentir vontade de, “mesmo independentes financeiramente e profissionalmente”, saberem que o mais importante é estar sempre juntos e mais fortalecidos.

Publicado na Revista Programa do 49º Congresso Nacional da Escola de Pais do Brasil – São Paulo – junho de 2012, p. 51.

 Regina GabrieleAssociada da Escola de Pais – Seccional São Paulo – Centro, Coordenadora Regional da Escola de Pais e Diretora de Doutrina, Advogada e Educadora – Pós graduada em Direito Educacional.

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