A interface das diferentes relações para a construção da unidade familiar

O presente artigo contextualiza as diferentes gerações apresentando suas principais características e a importância do conhecimento, do acolhimento e do diálogo para a construção da unidade familiar.  

Em março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma pandemia, indicando a necessidade do isolamento social. O novo normal apresenta um olhar desafiador para a dinâmica da família composta por várias gerações e suas intercorrências.

As gerações primam pelas diferenças e características específicas:

Baby Boomers, nascidos entre 1954 e 1964, com a marca do pós-guerra, com o desejo de constituir família, possuir bens e concluir uma faculdade. O trabalho braçal é substituído aos poucos pelo trabalho intelectual.

A Geração X, nascidos entre 1965 e 1979, experimentam uma nova dinâmica familiar, cresceram sem a supervisão direta dos pais, devido à necessidade de ambos estarem incluídos no mercado de trabalho, mantêm o interesse do aperfeiçoamento profissional e da posse, dos empregos estáveis e de rotinas estabelecidas.

Millennials, nascidos entre 1980 e 1994, dominam a tecnologia digital, têm condições de provocar mudanças sociais e políticas através das redes sociais, não se apegam a bens materiais, priorizam a vida pessoal. Passam a morar mais tempo com seus pais, não apresentam interesse imediato de constituir uma família, as relações são abertas.

Geração Z, nascidos entre 1996 e 2010. Caracterizam-se pela economia do acesso, criadores ou consumidores de plataformas de compartilhamento, usuários de redes sociais desde pequenos, expõem sua vida pessoal. Surge uma nova regra de transparência na sociedade através das mídias sociais.

As mudanças da forma de pensar e agir das gerações ao longo dos anos impactam diretamente nas mudanças das relações sociais e políticas, levando a uma nova forma de pensamento e relação com as instituições, entre elas, a familiar.

Como fica a dinâmica familiar com várias gerações convivendo no dia a dia? Em situações normais já apresentavam as possibilidades de conflitos, na pandemia as configurações familiares trazem uma avalanche de emoções, sentimentos, atitudes e posturas, geram uma sensação de perda, de dor, de sentido da sobrevivência, de extinção, ocasionando questões psicossociais, agravando a saúde e a qualidade de vida.

Como cita GISCHKNOW (p. 19-39) “Uma família que experimente a convivência do afeto, da liberdade, da veracidade, da responsabilidade mútua haverá de gerar um grupo familiar não fechado egoisticamente em si mesmo, mas sim voltado para às angústias e problemas de toda a coletividade, passo relevante à correção das injustiças sociais”.

A intimidade do convívio diário e intenso possibilita o conflito, entretanto, as vivências podem ser ressignificadas.

Para manter a unidade a família deve buscar o diálogo no enfrentamento das problemáticas sociais, atualização constante, a busca do conhecimento sem preconceito, a pesquisa das temáticas sociais e familiares, participando de lives, palestras, conferências, ações afirmativas de qualidade de vida, valorizando as experiências, interagindo, acolhendo as inovações, respeitando a diversidade, construindo e transmitindo os valores éticos e culturais, as regras e papéis, a herança familiar. A melhor técnica sempre é a linguagem do amor.

REFERÊNCIAS:

PEREIRA, Sérgio Gischknow, Tendências Modernas do direito de família. Revista dos tribunais, v. 628, p.19-39.

Durkheim, E. As regras do método sociológico. 1858-1917. São Paulo: Editora Martins Fontes; 2007. 5. Kaslow FW. Famili.

Prof. Adenir Fonseca dos Santos – Diretora presidente do IBGPEX / UNINTER.

Mestre em educação e novas tecnologias. Pedagoga e Assistente social.

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