A Escola de Pais do Brasil na Agenda 2030 da ONU

Introdução

Quando falamos de educação, estamos nos referindo ao alicerce sobre o qual se constrói o progresso humano. A educação é mais do que apenas a transmissão de conhecimentos técnicos ou acadêmicos; ela é o meio pelo qual capacitamos indivíduos a se tornarem cidadãos plenos, conscientes de seus direitos e responsabilidades, e preparados para contribuir de forma significativa para o desenvolvimento sustentável de suas comunidades e do mundo. A Escola de Pais do Brasil (EPB), uma Organização da Sociedade Civil – OSC, é uma força transformadora na educação, capacitando as famílias para desempenharem um papel ativo e consciente na formação de seus filhos, promovendo práticas educativas baseadas em valores éticos, sustentabilidade e inclusão, contribuindo diretamente para o avanço dos objetivos globais de educação de qualidade e desenvolvimento sustentável. Neste artigo, vamos traçar um paralelo entre a EPB e o 4º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável – ODS da Agenda 2030 da ONU: Educação de Qualidade – Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

EPB – Sua História e seus Princípios

Inspirada num modelo francês, foi fundada em 1963, na cidade de São Paulo, por um grupo de religiosos da Igreja Católica, juntamente com inúmeros casais preocupados em estruturar um movimento que pudesse ajudar os pais na difícil tarefa de educar os filhos, diante dos desafios dos anos 60 (MARTINS; MARTINS, 2013). Assim, surgiu a Escola de Pais do Brasil – EPB. A semente deste movimento caiu em terreno fértil e se espalhou por diversos Estados.

Desde o início, a EPB se preocupou com a formação dos seus líderes, com um temário capaz de atender às necessidades dos pais e conseguir as mudanças familiares necessárias para subsidiar as demandas de sua temporalidade. Sendo assim, realizou anualmente, desde 1964, Congressos e Revisões em nível nacional para consolidar a estrutura organizacional, as metodologias, conteúdos adquiridos e avançar em termos educacionais pensando no futuro da humanidade.  Buscando a padronização e a unidade nacional do movimento, a EPB definiu como:

Missão: “Ajudar pais, futuros pais e agentes educadores a formar verdadeiros cidadãos.”

Visão: “Ser reconhecida como referência em assuntos de educação e relacionamento familiar”.

Valores:          a) o respeito ao ser humano e à vida;

b) a família como principal agente formador;

c) a moral, a ética, a transparência, a cidadania, a liberdade e a justiça.

Causa: Formar pessoas felizes, socialmente responsáveis e emocionalmente equilibradas.

Objetivos:

a) aprimorar a formação das pessoas envolvidas na educação de crianças, adolescentes e jovens, como pais, futuros pais, avós, cuidadores e educadores, mediante a transmissão de conhecimentos básicos de psicologia e de técnicas pedagógicas que favoreçam o relacionamento entre pais e filhos, educadores e educandos;

b) valorizar, fortalecer e defender a família e auxiliar na formação de crianças, adolescentes e jovens, por meio de um voluntariado consciente, em busca da educação integral do ser humano, promovendo a ética, a paz, a cidadania, os direitos humanos e todos os demais valores universais.

Linha filosófico-pedagógica construtivista – centrada na educação integral da criança e do adolescente, promove o desenvolvimento de valores humanos e sociais por meio da interação, participação ativa e consciente dos pais na educação dos filhos. Defende que os pais sejam os primeiros e principais educadores e que a educação deva ser um processo contínuo que ocorre tanto em casa quanto na escola.  Sua abordagem é pautada nos princípios do:

• diálogo e participação;
• troca de experiências;
• acolhimento;
• formação continuada dos pais;
• valorização da família;
• educação para a cidadania e ética;
• respeito à individualidade;
• prevenção e orientação;
• promoção do bem-estar coletivo.

A EPB incentiva os pais a adotarem práticas educativas baseadas no cuidado, respeito, amor, disciplina, convivência, dignidade e compreensão – Direitos fundamentais da criança e do adolescente garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990).

Mais de 60 anos de Trabalho Voluntário

Passamos do contexto de família nuclear, patriarcal, autoritária para as diversas configurações familiares com diferentes tipos de relacionamentos. Socialmente, passamos por recessão, competição no mercado de trabalho, lei do divórcio, inserção da televisão, diversidade e mudanças culturais, pílula anticoncepcional, AIDS, drogas, violência, liberdade sexual, avanço ciência e das tecnologias, mudanças sociais, mídias digitais, excesso de informação, prejuízo da saúde mental, desequilíbrio emocional… e continuamos nos reinventando para ajudar os pais a entenderem seu momento histórico e educarem seus filhos a fim de formarem seres humanos íntegros, plenos,  assegurando os valores necessários à sustentabilidade educacional  das  próximas gerações.

Tudo isso realizado por voluntários – pais e mães, especialistas, educadores – que se beneficiaram com a entidade e passaram a contribuir doando seu tempo e conhecimento em prol de um mundo melhor para todos. Pessoas que perceberam as necessidades das famílias diante das transformações sociais, culturais e familiares. Pessoas que se sentem parte da construção da sociedade em que vivemos e que se habilitam a contribuir para transformá-la.

Regimento Interno – 2023

Acompanhando o percurso da história e do contexto mundial, o Regimento Interno da EPB aprovado em 12/12/2023, prevê, em seu artigo sétimo, o seguinte:

Artigo 7º – No âmbito de sua atuação a EPB atenderá, dentre outros, aos seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU:

4 – Educação de qualidade;

5 – Igualdade de gênero;

10 – Redução das desigualdades;

16 – Paz, justiça e instituições eficazes.

Todos esses objetivos são os fundamentos da Escola de Pais desde a sua origem em 1963, para garantir que todos os seres humanos possam realizar seu potencial com dignidade e igualdade, em ambientes de paz e harmonia. Esse tem sido o sonho e a responsabilidade dos voluntários da EPB na construção de uma sociedade mais humana e mais fraterna por mais de 60 anos.

Agenda 2030 da ONU

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é um plano de ação, adotado pela 70.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que se baseia em 5 pilares: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias.

Em vigor desde 2016, essa agenda estabelece um quadro de atuação que se traduz em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas. Caracteriza-se pela universalidade, inclusão, transversalidade e participação multissetorial com o envolvimento de todas as entidades públicas e da sociedade como um todo, para assegurar que as várias políticas públicas sejam coerentes e alinhadas com os ODS. Representam um compromisso de mobilização para erradicar todas as formas de pobreza, sob um lema basilar e estruturante: “Não deixar ninguém para trás” (PORTUGAL. Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros).

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 como uma iniciativa global para enfrentar os desafios mais urgentes que nosso mundo enfrenta. Com um prazo até 2030, os 17 ODS representam um chamado universal à ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e garantir que todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade.

Cada um dos 17 ODS aborda áreas específicas que são fundamentais para o desenvolvimento sustentável global:

1. Erradicação da Pobreza: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
2. Fome Zero e Agricultura Sustentável: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável.
3. Saúde e Bem-Estar: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
4. Educação de Qualidade: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
5. Igualdade de Gênero: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
6. Água Potável e Saneamento: Garantir a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
7. Energia Limpa e Acessível: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos.
8. Trabalho Decente e Crescimento Econômico: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo, e o trabalho decente para todos.
9. Indústria, Inovação e Infraestrutura: Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.
10. Redução das Desigualdades: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
11. Cidades e Comunidades Sustentáveis: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
12. Consumo e Produção Responsáveis: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
13. Ação Contra a Mudança Global do Clima: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
14. Vida na Água: Conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
15. Vida Terrestre: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e parar a perda de biodiversidade.
16. Paz, Justiça e Instituições Eficazes: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
17. Parcerias e Meios de Implementação: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Neste artigo, vamos nos deter ao 4º ODS, “Educação de Qualidade” tendo em vista ser o objeto de trabalho da EPB, mesmo reconhecendo que os ODS são interconectados visando garantir um futuro mais sustentável para todos.  

4º ODS

Educação de Qualidade: assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Esse objetivo reconhece a educação como um direito humano fundamental e um facilitador essencial para o desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões. Alguns pontos-chave incluem:

1. Acesso universal à educação: Garantir que todas as crianças, jovens e adultos tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente de sua origem, gênero ou condição social.
2. Igualdade de gênero na educação: Eliminar as disparidades de gênero no acesso à educação e promover a participação igualitária de meninas e mulheres em todos os níveis de ensino.
3. Melhoria da qualidade da educação: Focar na aprendizagem efetiva, habilidades relevantes e ambientes de ensino adequados.
4. Formação de professores e infraestrutura escolar: Investir em capacitação de professores e melhorar as instalações das escolas.
5. Educação para a cidadania global: Promover valores como a paz, a tolerância, a diversidade cultural e a sustentabilidade.

O direito a que se referem os ODS da ONU pode ser entendido como um conjunto de normas que visam garantir a manutenção da paz social, que lutam pela busca de uma convivência harmônica e pelo bem-estar coletivo. De forma bem sucinta, o direito simplesmente visa dar a cada um, o que lhe é devido. Ele é o grande promovedor da justiça social. Sendo um direito acessível a todos, contribui para um mundo mais justo e sustentável.

Mas o que é Educação de Qualidade?

É aquela que proporciona, às crianças e adolescentes, as habilidades, estrutura emocional e conhecimentos necessários para se desenvolverem plenamente e para contribuírem positivamente para a sociedade. Ela vai além do simples repasse de informações, normas, conceitos, regras e busca criar um ambiente de aprendizagem que seja inclusivo, reflexivo, crítico, estimulante e eficaz. É um processo dinâmico e contínuo que abrange família, escola, sociedade, e visa não apenas preparar os jovens para o mercado de trabalho, mas também para se tornarem cidadãos informados e responsáveis.

E o que é Sustentabilidade?

Sustentabilidade é o conceito segundo o qual as atividades humanas devem ser pautadas pelo respeito ao meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais. De acordo com o exposto no Relatório Brundtland de 1987,

“O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades” (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991).

Ou seja, ser sustentável é ser responsável pelo bem-estar da humanidade no presente sem deixar de lado o bem-estar das gerações futuras.

Fazendo uma retrospectiva dos anos 60 até os dias de hoje, observando os comportamentos humanos e os relacionamentos familiares, refletindo sobre as práticas educativas nas famílias; vislumbramos um cenário em que a Educação corre grande risco, em virtude da aceleração e dos impactos das transformações tecnológicas, sociais, econômicas, culturais e, principalmente, dos relacionamentos familiares. Os desafios de hoje para os pais são educar filhos com fortes vínculos afetivos, grande base de saúde mental e equilíbrio emocional, tendo em vista que competem com toda produção digital e ainda mais com o advento da inteligência artificial. Por isso, ousamos cunhar uma nova expressão para tratar de uma demanda dos novos tempos: sustentabilidade educacional.

Sustentabilidade Educacional 

Ao utilizar a expressão “sustentabilidade educacional” com o significado mencionado acima, estaremos contribuindo para a ampliação do conceito, abordando um aspecto emergente e contemporâneo da educação que ainda não foi amplamente discutido com essa nomenclatura específica.

Nesse sentido, o termo destacaria a necessidade de estratégias educativas que possam resistir e se adaptar aos desafios modernos impostos pela tecnologia, garantindo o desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes em meio às influências digitais intensas.

Paralelo entre a EPB e a Agenda 2030

A EPB demonstra ser uma entidade que pensa e reflete em termos amplos e age no mais próximo e básico que é a família – fonte da formação do caráter, da consciência moral e da psique humana. Reconheceu os Direitos de Respeito e Proteção à criança e Adolescente muito antes da Lei do ECA (1990). Está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e suas metas desde a sua origem, desenvolvendo uma abordagem que promove o diálogo, a participação e a responsabilidade dos pais na vida dos filhos; a formação continuada dos pais e valorização da família; o respeito à individualidade; a educação para a cidadania e a ética; a parceria entre família e escola; promoção do bem-estar coletivo e acolhimento. A família desempenha um papel fundamental em uma educação de qualidade, influenciando significativamente o desenvolvimento e o sucesso educacional das crianças.

Os ODS são integrados e indivisíveis e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental. Porém, o grande projeto da Agenda 2030 depende do êxito do 4º ODS. E é aqui que se insere o trabalho da EPB, pois o futuro da humanidade passa pela formação humana.

Os Objetivos e metas estimularão as ações nos próximos anos em áreas de importância crítica para a humanidade e o planeta como: PESSOAS, PLANETA, PROSPERIDADE, PAZ, PARCERIA (NAÇOES UNIDAS, 2023). A EPB realiza seu trabalho orientando e alertando os pais com relação a:

• importância do investimento na formação da pessoa para que possa realizar seu potencial com dignidade e igualdade e em um ambiente saudável;  
• educação ambiental dentro de casa, protegendo o planeta da degradação, inclusive por meio do consumo e da produção sustentáveis, da gestão sustentável dos recursos naturais;
• garantir que todos os seres humanos possam desfrutar de vidas prósperas e gratificantes e que o progresso econômico, social e tecnológico ocorra em harmonia com a natureza;
• a promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres de medo e violência;
• parceria, alinhamento com os ODS, baseada em um espírito de solidariedade global fortalecido, não fazendo distinção entre raça, credo, poder econômico alcançando todos os interessados.

Segundo a UNESCO, precisamos agir de forma responsável com base no entendimento de que o que fazemos hoje pode ter implicações futuras para a vida das pessoas e para o planeta. A educação para o desenvolvimento sustentável contribui para mudar a maneira pela qual as pessoas pensam e agem para alcançarmos um futuro sustentável. Isso significa incluir as principais questões de desenvolvimento sustentável no ensino e na aprendizagem para transformar vidas e garantir o desenvolvimento e o alcance de todos os demais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Com uma habilidade visionária, ao alinhar suas práticas com as metas da Agenda 2030, a EPB contribui para o desenvolvimento integral das futuras gerações, enfatizando a importância da educação para a paz, para cidadania, para a ética, para o respeito e para a responsabilidade social.

Orgulho de pertencer à EPB

Uma sociedade participante e responsável não espera tudo do Estado. Assume a sua parte sem abrir mão de cobrar dos governantes aquilo que só eles podem fazer. Esse senso de responsabilidade compartilhada é um pilar fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade forte e resiliente. A EPB cultiva essa consciência de que a cidadania ativa começa com a nossa própria atuação, seja no ambiente doméstico ou no ambiente comunitário.

Orgulho de pertencer à EPB é, também, orgulho de contribuir para uma sociedade mais justa, equitativa e próspera. Cada colaborador, associado ou parceiro da EPB entende que o progresso depende da colaboração e da iniciativa de todos. Sabemos que nossas ações, por menores que possam parecer, têm o poder de inspirar mudanças significativas. Orgulho de pertencer à EPB é, portanto, estar engajado em um projeto coletivo, onde o sucesso de cada um está intrinsecamente ligado ao sucesso de todos.

Acreditamos que a educação formal e a educação familiar são ferramentas essenciais para capacitar indivíduos a serem agentes de mudança em suas comunidades. Por isso, investimos em práticas pedagógicas inovadoras e em uma cultura organizacional que valoriza o aprendizado contínuo, a ética e a responsabilidade social.

Orgulho de pertencer à EPB significa também reconhecer que cada desafio é uma oportunidade para crescer e que, juntos, podemos superar obstáculos e alcançar novas conquistas. Assim, seguimos construindo uma sociedade mais consciente, participativa e comprometida com um futuro melhor para todos.

Considerações Finais

A Escola de Pais do Brasil revela-se uma entidade visionária e fundamental na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, atuando diretamente no cerne da formação humana: a família. Ao alinhar suas práticas com as metas da Agenda 2030, a EPB contribui para o desenvolvimento integral das futuras gerações, enfatizando a importância da educação para a cidadania, ética, respeito, solidariedade e a paz.

Contudo, os desafios enfrentados pelos pais na atualidade, como a criação de filhos com fortes vínculos afetivos, saúde mental sólida e equilíbrio emocional, são amplificados pela influência da produção digital e da inteligência artificial. Nesse contexto, surge a necessidade de uma “sustentabilidade educacional”, um conceito que amplia o entendimento de sustentabilidade para abarcar as demandas contemporâneas da educação. Ao propor essa nova expressão, a EPB destaca a urgência de estratégias educativas que possam resistir e se adaptar aos desafios impostos pela tecnologia moderna, garantindo o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes em meio a intensas influências digitais.

Assim, a EPB não apenas fortalece a base social necessária para o alcance dos ODS, mas também se posiciona como pioneira na discussão de um aspecto emergente e fundamental da educação, promovendo a construção de um futuro mais justo, próspero e sustentável, tanto no presente quanto para as gerações futuras, pois:

“Deixar um mundo melhor para a próxima geração não é o bastante.

  É preciso deixar uma geração melhor para o mundo”.

(autor desconhecido)

Referências

1. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm Acesso em 13 jun 2024.
2. COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991. Disponível em: https://www.are.admin.ch/are/en/home/media/publications/sustainable-development/brundtland-report.html  Acesso em:  14 ago 2024.
3. ESCOLA DE PAIS DO BRASIL. Regimento Interno. São Paulo: Escola de Pais do Brasil, 2023.
4. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. ODS 4 – Educação de Qualidade. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/ods/ods4_card.html. Acesso em: 19 maio 2024.
5. MARTINS, Elias C.A; MARTINS, Maria Francisca Leite. 50 anos de Escola de Pais – sua história e sua gente. São Paulo, 2013.
6. NAÇÕES UNIDAS. Transformando nosso mundo: A agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável (2023). Disponível em: https://sdgs.un.org/2030agenda. Acesso em: 14 jun. 2024.
7. NAÇÕES UNIDAS. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://unric.org/pt/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/. Acesso em: 16 jul. 2024.
8. NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: 23 jul. 2024.
9. PORTUGAL. Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://www.sg.pcm.gov.pt/politicas-publicas/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/. Acesso em: 14 ago. 2024.
10. UNESCO. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Disponível em: https://www.unesco.org/pt/node/99531. Acesso em: 02 jul. 2024.

Teresinha Bunn Besen – Professora, Mestre em Educação, Diretora Pedagógica da EPB, Membro do Conselho de Educadores da Escola de Pais do Brasil.