Sem bar

Nos encontros promovidos pela Escola de Pais, observamos uma grande preocupação dos pais com relação ao consumo de drogas. As pesquisas mostram que realmente o consumo é intenso. No entanto, não estamos vendo qualquer grande ação concreta no sentido de reduzir os motivos pelos quais os jovens se integram ao mundo das drogas. É necessário relatar os efeitos danosos das mesmas, porém cabe ressaltar que o compromisso da Escola de Pais é educar visando à felicidade, cidadania, solidariedade e realização humana de pais e filhos.

Sabemos que a principal forma de educar é através do exemplo, portanto, somos exemplos para nossos filhos. Por isso, precisamos fazer uma reflexão de nossas atitudes. Por exemplo: em muitas residências, existe um lugar de destaque, principalmente na sala, um barzinho para armazenar bebida alcoólica. Quando recebemos uma visita, logo a encaminhamos ao barzinho, oferecendo o que de “melhor” possuímos. Com este gesto, qual a mensagem que estamos passando para nossos filhos? Bebida alcoólica é boa? Todo mundo bebe, eu também posso beber. Quando crescer, vou poder beber. Existe pai que oferece bebida alcoólica para os filhos menores. Que mau exemplo!

Pesquisas indicam que jovens com idade de 15 anos estão consumindo bebida alcoólica. Mais tarde, passam a consumir maconha e depois mudam para o consumo de drogas mais fortes (destruidoras). Sugerimos: que tal desativar o bar existente em nossa casa? Retirá-lo daquele lugar de destaque? O que fazer com o bar, então? Algumas opções: transformá-lo em biblioteca; em depósito de brinquedos; gruta; oratório; ou num bar de água; ou simplesmente jogá-lo no lixo. Não queremos ser radicais, simplesmente proibindo o consumo de qualquer bebida alcoólica. Devemos mudar nossas atitudes, nosso exemplo. Vamos deixar de endeusar, em nossa casa e em nossas atitudes, a bebida alcoólica.

Mas olhando fora de nossa casa, observaremos uma série de eventos que promovem o consumo de bebida alcoólica. Entre outras, as festas de chope de outubro, promovidas pelas administrações públicas. Precisamos mudar estas imagens também. Uma sugestão: por que não transformá-las em festas da água? Poderíamos promover o concurso de água em metro. Certamente o patrocinador seria outro e o público também. Mas teríamos muitos ganhos ao promover a troca. Haveria diminuição dos acidentes de trânsito, atendimento hospitalar; policiais para controlar o trânsito e o público e não estaríamos incentivando o consumo de álcool.

Vamos apoiar e eleger governantes comprometidos com essas ideias? Precisamos mostrar aos jovens que a vida é feita de conquistas e frustrações. A bebida alcoólica e as drogas não irão resolver nossas fraquezas, nossas incompreensões, desilusões, decepções e frustrações. Pelo contrário, as drogas são mais uma dificuldade, no caminho da busca da felicidade.

 Publicado na Revista nº 3 – 2003  – Escola de Pais – Seccional de Timbó

 Brani Besen – Membro da Escola de Pais – Seccional de Timbó

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