Como lidar com a “BIRRA” das crianças!

A BIRRA é uma maneira da criança expressar o que ela quer ou não quer e faz parte do desenvolvimento infantil.

A BIRRAé natural, mesmo que os pais sejam amorosos, criem um ambiente saudável, combinem regras, ensinem a forma mais adequada de se colocar perante o mundo, as birras vão acontecer.

A diferença está no que diz respeito a:

  1. Frequência;
  2. Intensidade;
  3. Prolongamento.

Essas características farão com que a gente perceba se a birra está dentro de um padrão de naturalidade ou se está ficando excessiva. Na verdade, não existe um padrão do que seria normal, ou não, quanto a frequência da birra, por exemplo.

Depende de cada criança, da sua sensibilidade, da sua família. No entanto, uma criança que faz birras, várias vezes ao dia, precisa de ajuda.

TODOS PRECISAM DE AJUDA: PAIS E FILHOS!

Mas…a criança precisa de mais ajuda, porque ela própria se desgasta muito em cada acesso, nesse processo e não progride, caso algo não seja feito para que esses acessos sejam substituídos por manifestações mais maduras.

A intensidade da BIRRA também não tem um padrão de normalidade, mas normalmente são rápidas.

Agora, o que poucas pessoas sabem… é que existem 2 tipos de BIRRAS:

INTENCIONAL e IMPREVISÍVEL

BIRRA INTENCIONAL

A criança endereça essa manifestação à uma pessoa específica.

O pai, a mãe, o professor, os adultos, os avós, os cuidadores… pessoa essa que negou ou poderia negar o objeto a ser obtido.

Adultos que não suportam a pressão psicológica (que às vezes essa pressão também é social) das pessoas que estão à sua volta, sejam pessoas estranhas ou até pessoas da família e esses adultos acabam cedendo.

Além de cederem, reforçam positivamente a BIRRA.

E assim, a criança aprende que consegue o que desejar, se fizer uma “CENA”

Adultos desse tipo transformam-se em reféns do pequeno tirano e suas vidas se transformam num verdadeiro estresse.

O QUE FAZER PARA AJUDAR OS PAIS QUANDO A BIRRA É INTENCIONAL?

Os pais precisam manter seu autocontrole emocional.

Os pais e as mães devem tentar descobrir o que está acontecendo com a criança, isso é fundamental.

Normalmente, a BIRRA está mais ligada a qualidade de tempo, de convívio com os pais e ao pouco tempo de brincadeira

Entender que a birra é manifestação de frustração da criança e que essa pode ser uma ótima oportunidade de aprendizado, de como ela, a criança, poderá encontrar outras formas mais inteligentes de lidar com as negativas e impossibilidades do ambiente.

BIRRA IMPREVISÍVEL

Esse tipo de BIRRA, por mais estranho que possa parecer, pega todos da família de surpresa, até mesmo a criança… acredite!

Simplesmente a criança é tomada por um turbilhão de emoções, fica confusa e reage também confusamente.

O neocortex, ainda imaturo, não possui neurônios suficientes, preparados para intervir com as funções executivas superiores do cérebro, que ainda estão em construção, pra que entendimentos e análises sejam feitas, e aí as reações físicas ficam incontroláveis.

Ocorre um imenso desconforto e esse mal estar generalizado que a criança sente ela não consegue conter.

E simplesmente, a criança expressa-se como pode: chora, ri, quebra objetos, grita, chuta. É uma reação fisiológica.

O que eu proponho aos pais, é uma forma nova de diálogo “entre pais e filhos, entre criança consigo mesma, entre a mãe e a criança”, para que ela consiga compreender melhor o que está se passando dentro dela.

O pai e a mãe podem dizer coisas do tipo: “vamos sentar juntos e encontrar uma solução pra tudo isso”.

E a tendência natural é a criança retomar-se emocionalmente a si mesma. Então, o cérebro por inteiro pode trabalhar em conjunto como time conseguindo assim a calma e a compreensão tão esperadas.  

O adulto sensível e que conhece a criança com quem convive precisará distinguir uma birra da outra (intencional ou imprevisível) e intervir apropriadamente com cada uma.

Outra coisa importante: que haja clareza entre os papéis familiares, papel de filho e papel de pais.

Compete aos pais fazerem essa tranquilização, fazerem as crianças entenderem seus sentimentos.

Compete aos filhos receberem apoio e clareza de regras.

Essas crianças cuidadas dessa forma, tendem a encontrar com maior facilidade outras maneiras mais tranquilas de se posicionarem quando se frustram com algo.

Regina Lustre A. Gabriele – Advogada, Kid Coach, Professora com pós-graduação em Direito Educacional. Casal Representante Nacional em São Paulo, juntamente com seu marido Armando Gabriele. casalrnsaopaulo@gmail.com

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