
Ela é útil e pode melhorar, mas será que será uma revolução visionária?
Nos últimos anos, a inteligência artificial viveu um ciclo de expectativas altíssimas. Modelos cada vez maiores e mais caros surgiam, prometendo saltos qualitativos a cada nova versão. Porém, a chegada do GPT-5 trouxe um sinal claro: os avanços continuam, mas não no ritmo que muitos imaginavam. Ele é melhor que o GPT-4, mas o “algo” dessa melhora não foi o bastante para empolgar especialistas e usuários.
O fenômeno segue um padrão já previsto por pesquisadores. Em 2020, a OpenAI apresentou as chamadas “leis de escalonamento”, sugerindo que, quanto mais dados e poder computacional fossem usados no treinamento, melhor seria o resultado. Essa lógica funcionou bem do GPT-2 para o GPT-3, mas desde então, os ganhos vêm diminuindo. Nomes como Gary Marcus e até Satya Nadella já alertavam: essa evolução não é infinita, e os sinais de desaceleração estão aí.
Uma desaceleração nos avanços da IA
Nos testes, o GPT-5 mostrou avanços pontuais, especialmente em tarefas matemáticas e na redução de alucinações nas versões mais avançadas, como o GPT-5 Pro e o GPT-5 Thinking. Ainda assim, problemas mais complexos seguem fora do alcance da IA generativa. Para alguns especialistas, como Thomas Wolf e Yann LeCun, o motivo é claro: a IA atual é excelente em processar e combinar conhecimento já existente, mas não em criar algo realmente novo ou questionar seus próprios fundamentos.
Diante disso, cresce o interesse por alternativas como a IA simbólica, abordagem anterior às redes neurais modernas, baseada em lógica e regras explícitas que poderia trazer novos avanços. O debate é reforçado por céticos que sempre alertaram para o excesso de hype, lembrando que talvez estejamos diante de um mercado bilionário, mas não do impacto transformador que muitos imaginaram.
Se a IA tiver, de fato, chegado a um limite, seu futuro pode ser o de uma ferramenta poderosa para otimizar tarefas e economizar tempo, mas não um divisor de águas para a sociedade.
Assim como o PC e a internet, ela continuará relevante e útil, só não na escala revolucionária que alguns visionários prometeram. O problema é que muitos esperavam mais. Muito mais.
Vika Rosa – Publicado no site ignbrasil
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