Atualmente a família tem sido posta em questão pelas profundas e rápidas transformações da sociedade. Nestes últimos tempos ela vem sendo submetida a uma série de novos desafios, sobretudo, pelas várias transformações legislativas e políticas em matéria de matrimônio, e em relação à vida.
Antes de tudo, a família, no sentido bíblico não é somente um dado sociológico; no sentido de conviver um com o outro, ou sentido econômico de proteção, embora, também envolva isso, mas a família é o lugar onde o homem aprende a crescer na sua integridade de pessoa humana.
Atualmente fala-se muito em família mesclada, família recriada, família ampliada, família reconstituída, e ainda as chamadas “Uniões de fato”.
A família não é somente um lugar de crescimento pessoal, dos afetos, da transmissão da cultura entre as gerações, mas sim uma comunidade de amor, o lugar do direito e do princípio do cuidado, da solidariedade, partilha, amizade, companheirismo, respeito e unidade.
Não obstante, em nossos tempos é possível constatarmos uma sociedade cada vez mais despersonificada, desumana e desumanizante. Observamos por exemplo: o crescimento da violência de forma assustadora, a miséria e a fome, as drogas, pornografia e tantas outras desordens que fere a essência da família.
Infelizmente em nossos tempos a família célula base da sociedade sujeito de direitos e deveres tanto do Estado como de qualquer outra comunidade, encontra-se muitas vezes como vítima da sociedade, da lentidão das suas intervenções e das suas patentes injustiças.
A família não é criação humana, nem do estado, nem da Igreja. É constituição ligada à natureza do homem e da mulher, para o bem e a felicidade pessoal, da sociedade.
Atualmente estamos presenciando uma sociedade cada vez mais secularizada, consumista e utilitarista.
Cada dia que passa a sociedade corre o perigo de ser cada vez mais despersonalizada e massificada, e, portanto, com os resultados negativos de tantas formas de evasão que ameaçam e se opõem a instituição da família.
Não faltam sinais de degradação preocupante de alguns valores fundamentais: uma errada concepção teórica e prática da independência dos cônjuges entre si; as graves ambigüidades acerca da relação de autoridade entre pais e filhos; as dificuldades concretas que a família muitas vezes experimenta na transmissão dos valores; o número crescente dos divórcios; a praga do aborto; o recurso cada vez mais freqüente à esterilização.
O ‘matrimônio de prova’, até o pseudo matrimônio entre as pessoas do mesmo sexo, são expressões de uma liberdade anárquica que se apresenta erroneamente como libertação autêntica do homem”.
O mundo moderno lança uma série de novos desafios para a família. Alguns afirmam que vivemos numa sociedade pós-matrimonial. Os sistemas jurídicos de quase todos os países ocidentais já não apóiam o casamento e o divórcio se concede facilmente.
São muitas as dificuldades que a família enfrenta nos dias de hoje. Por exemplo:
· Dificuldades no trabalho;
· Dificuldades na área da educação;
· Dificuldades de moradia;
· Dificuldades nos meios de comunicação;
A família no mundo em tempos recentes, não contém mais a exclusividade da função educadora, mas a divide com a escola e como ambiente social. A Família perdeu também a característica de autossuficiência econômica, bem como a função de definir essencialmente o status social de seus membros. Mesmo assim, mantêm importantes indeclináveis funções:
· Ser formadora de pessoas, orientando a consciência de seus membros sobre suas responsabilidades políticas e sociais, que podem exigir-lhe uma ação organizada para a transformação global da sociedade, esforçando-se em superar o sistema desumano e consumista;
· Transmitir valores fundamentais e educar seus membros a vivê-los integralmente;
· Educar para a justiça e a liberdade, de modo especial.
Pela conjuntura histórica que vivemos, globalização e pós-modernidade, vemos várias transformações legislativas e política em matéria de matrimônio, família e em relação à vida, não obstante, mesmo diante desses desafios, a família representa uma esperança para a sociedade.
Conclui-se, portanto, que a Família com seus inúmeros valores ainda é, sobretudo, o alicerce da sociedade, além de ser um dos tesouros mais importantes de toda a história da humanidade desde sua origem.
A família é uma instituição natural contendo valores que são perenes que jamais podem ser ofuscados, rechaçados, tolhidos ou desprezados. É de vital importância para sociedade. Nele, homem e mulher podem, devidamente, constituir uma família e gerar novos membros para a sociedade.
A família é a esperança do mundo, célula vital da sociedade, escola dos valores exercidos em favor do bem comum, que mesmo diante das maiores adversidades, ameaças e desafios do nosso tempo deve estar ancorada na esperança.
Este artigo foi publicado na Revista Programa – Escola de Pais do Brasil, junho de 2011, p. 15-16, do 48º Congresso Nacional da Escola de Pais do Brasil, realizado de 23 a 25 de junho de 2011, em São Paulo – SP.
Armando Gabriele Filho – Economista, Pós-graduado em MKT, Coordenador Regional da Escola de Pais – Região de São Paulo, Presidente de Escola de Pais do Brasil – Seccional São Paulo – Centro.
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