“Ser voluntário não é mais um ato de caridade realizada nas horas vagas, é um exercício de solidariedade e de cidadania.” Quem afirma é Maria Lúcia Meirelles Reis, diretora do Centro de voluntariado de São Paulo.
Segundo definição das Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos…”
Em princípio pode-se pensar que somente pessoas com alto grau de capacitação pode desenvolver algum tipo de trabalho voluntário – pensamento equivocado – qualquer um pode desenvolver a seu modo algum tipo de atividade que traga benefício a outrem.
Quando nos referimos ao voluntário contemporâneo, engajado, participante e consciente, diferenciamos também o seu grau de comprometimento: ações mais permanentes que implicam maiores compromissos, requerem um determinado tipo de voluntário e podem levá-lo inclusive a uma “profissionalização voluntária”. Existem também ações pontuais, esporádicas, que mobilizam outro perfil de indivíduos. Não podemos esquecer, contudo, o potencial transformador que essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo.
Há, entretanto, coexistências de duas lógicas quanto aos motivos para o trabalho voluntário: da obrigação moral, religiosa e assistencialista e outra de participação cidadã, da responsabilidade social e política, da doação de tempo e espaço como resposta a uma inquietação interior que é levada a prática, a tomada de consciência dos problemas que enfrentamos, o que nos leva a lutar por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.
Também há a coexistência do entendimento de que o Estado é responsável pelas carências sociais e, por isso, cabe a ele fazer ações que atendam as mesmas. No que diz respeito à coexistência da responsabilidade do Estado e de uma continuação da manutenção das duas lógicas no significado do voluntariado, não se trata de uma desobrigação do Estado de suas funções e responsabilidades, nem mesmo uma substituição ao trabalho. Acreditamos que se trata de uma parceria na qual, mantidas as responsabilidades e atribuições ao Estado, o cidadão também assumiria uma parcela de responsabilidade pela condução de suas ações e pela defesa aos reais interesses e necessidades coletivas.
A Escola de Pais do Brasil, Seccional de Biguacu, realiza este ano o V Seminário Municipal. Uma data ímpar: primeiro, por termos fundado e dedicado todos esses anos a essa ONG, na qual acreditamos juntamente com todos os membros desta Seccional; segundo, por estarmos lançando no V Seminário a primeira edição da revista sobre Educação Familiar, um trabalho digno de todo nosso empenho e dedicação. Quando dizemos nosso, leia-se que refere-se ao trabalho conjunto de todo um grupo de voluntários: verdadeiros abnegados, que dispõem seu tempo “livre” para aprimorar seus conhecimentos e relacionamentos intrafamiliares e socializá-los com as famílias Biguaçuenses.
Como nos diz Dolma Magnani de Oliveira, representante da EP/SC para região litorânea: “Dedicar-se ao outro e a uma causa gera bons resultados para o indivíduo e para a sociedade”.
Junte-se a nós:
Publicado na Revista nº 1 – 2009 – Escola de Pais – Seccional de Biguaçu
Salete Maria Santin Cardoso e Sebastião Joaquim Cardoso – Casal Presidente da Escola de Pais de Biguaçu
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