O PROFESSOR É REFERÊNCIA

A despeito das profundas modificações por que vem passando a sociedade, algumas coisas não mudaram e dificilmente se modificarão.

            Como regra geral, a primeira referência ou modelo de conduta para crianças e jovens são os pais e a segunda, os professores. Naturalmente há exceções, mas pais e mestres continuam exercendo enorme influência sobre os valores e conduta futura de seus filhos e alunos.

            Em muitos casos, o professor passa a ser a referência número um, sobretudo, para a crescente categoria dos alunos “órfãos de pais vivos”, ou seja, aqueles que têm pais extremamente ausentes.

            Estes pais fornecem a seus filhos meios para sobreviver, mas nenhuma ou quase nenhuma atenção.

            Diante de tudo isto, o professor deve dar especial atenção à imagem que passa de si mesmo para os estudantes.

            Os alunos estão muito mais atentos às palavras, gestos, comportamentos e aparência dos professores do que se possa imaginar a princípio.

            Eles nos avaliam e julgam todo o tempo e poderão nos tomar como modelos positivos ou negativos.

            Há professores que lêem muito, mas não levam à escola qualquer livro ou periódico que não tenha relação direta com as atividades curriculares.

            Consequência?

            O aluno não tem bola de cristal. Se ele nunca o viu lendo, vai subentender que você não lê.

            Professores podem e devem fazer marketing dos valores e comportamentos que eles mesmos defendem. Assim, se queremos que nossos alunos leiam é necessário aparecer na escola com os livros que lemos. Ações como estas muitas vezes dispensam discursos. O exemplo é o instrumento de comunicação mais poderoso do Universo.

            Vamos, então, a algumas sugestões simples para fortalecer uma imagem positiva do professor.

            A. PONTUALIDADE. Rigor quanto aos horários de início e término das atividades escolares significa respeito para com os alunos e também preparação para um mercado de trabalho onde os cronicamente atrasados têm menos oportunidades. É de fundamental importância que as atividades iniciem e terminem nos horários previstos. É preciso vencer a anticultura que diz que cinco minutos de atraso não têm importância. Têm sim! Pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso.

            B. PONTUALIDADE II. É incoerente cobrar dos alunos o cumprimento de prazos, se o professor não os cumpre. É imperativo que o professor honre os prazos estabelecidos pela escola ou por ele mesmo para a entrega de provas, por exemplo. Faça o que for preciso para que isto aconteça, porque se assim não o for, além do devastador impacto sobre a sua imagem, você estará dando um péssimo exemplo.

            C. APRESENTAÇÃO. Naturalmente o que as pessoas são é muito mais importante do que como elas se parecem, mas seria um radicalismo dizer que a apresentação pessoal não tem importância.

Hoje, existe muita flexibilidade quanto à maneira de um professor ou professora se vestir, mas algumas coisas não mudaram.

            Você até pode pisar na lama a caminho da escola, mas não custa nada limpar o sapato antes de entrar em sala.

            D. APAGUE O QUADRO. Se outro professor for usar a sala depois de você, apague o quadro ante de sair. Não importa se seus colegas não o fazem.
Um erro não justifica outro. Você o fará e dará exemplo. Lembre-se que os alunos estão observando você e fazendo seus julgamentos, mesmo que eles jamais se pronunciem a respeito.

            E. MOSTRE QUE VOCÊ LÊ E ESTUDA. Como eu já havia mencionado, leve com você os livros, revistas e jornais que lê para a escola, de modo que os alunos os vejam. Converse com eles sobre o que tem lido, independente de você ser professor de língua portuguesa ou não. Comente diante de todos cada vez que algum aluno estiver lendo algo que não seja um trabalho da escola.  Assim você os estará incentivando a fazer o mesmo.

            F. ATENÇÃO PARA O VOCABULÁRIO. Em certa ocasião, eu disse a meus alunos que a infraestrutura de informática de determinado órgão público estava sub-dimensionada. Parte deles não entendeu, então eu traduzi para “o bagulho não dá conta”. Melhor assim, não é? Afinal todos entendem.

            Claro que não!

            Nenhuma empresa lúcida dá emprego para alguém que se expresse dizendo que “o bagulho não dá conta”.

            É preciso elevar o nível do vocabulário desta garotada. Traduza cada palavra ou expressão mais difícil que usar, mas construa e sustente um vocabulário elegante e sofisticado, importante instrumento para o sucesso no complexo mundo em que vivemos.

     Amigo professor, estas ideias podem parecer muito simples ou até óbvias, mas não há um de nós que não possa gerenciar melhor cada uma destas questões. Assim, caro educador, não subestime o efeito que a sua conduta possa ter sobre o comportamento futuro da pessoa mais importante da escola: o senhor aluno.    

Artigo publicado na Revista Impressão Pedagógica – março  de 2007.

 Alan Sant’Anna é escritor, palestrante e consultor, autor dos livros:

DISCIPLINA O CAMINHO DA VITÓRIA,

TEMPO E SUCESSO e

EQUILÍBRIO PARA UMA VIDA MELHOR.  conexao.consult@terra.com.br

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