Fotoproteção começa na infância

Desde cedo, os pais ensinam seus filhos os bons hábitos de higiene, como escovar os dentes, tomar banho e lavar as mãos antes de comer.  A proteção solar também deve ser encarada com a mesma prioridade.

Ensinados, desde pequenos, sobre a importância de se protegerem do sol, as crianças e os adolescentes perceberão este fato como uma verdade e se habituarão a ela. Para que isso aconteça, é necessário, dos pais, uma atitude permanente de prevenção e educação. Isso, com uma dose de muito carinho, possibilitará uma vida cheia de saúde aos seus filhos, em termos dermatológicos.

Proteger as crianças sempre e estimular os adolescentes a se protegerem é um hábito que deve ser formado desde cedo, pois cerca de 75% da exposição solar acumulada durante toda a vida ocorre até os vinte anos de idade.

Iniciando o hábito da proteção solar com os filhos pequenos, é muito mais fácil mantê-lo na adolescência, época de maior exposição ao sol. O diálogo constante, a leitura e pesquisa a respeito dos benefícios e perigos da exposição solar são muito importantes para ajudar a convencê-los.

Saúde é um investimento e a prevenção é o seu maior aliado.

Observe algumas regras de exposição ao sol para as crianças:

Não use filtro solar em bebês com menos de 6 meses de idade. Mantenha-os fora da radiação solar. Assegure-se de que há sombra total no carrinho e na cadeirinha do carro. Quando sair de casa, use sempre sombrinha.

Para crianças de 6 anos ou mais:

  • Evite o sol entre 10 e 16 horas, quando a radiação do sol é mais intensa;
  • Proteja a criança com chapéu e roupas. Um bom chapéu de sol deve proteger os olhos, as orelhas, o nariz e os lábios. Isso também reduz o risco de a criança vir a desenvolver catarata mais tarde;
  • Aplique filtro solar com FPS 30 ou mais em todo o corpo de seu filho. Reaplique a cada 2 horas, principalmente, quando a criança for à água ou se transpirar muito;
  • Alguns remédios fazem com que a pele fique mais sensível ao sol. Quando o pediatra prescrever alguma medicação, pergunte se o sol deve ser evitado;
  • Mesmo em dias nublados é preciso muito cuidado, pois os raios solares perigosos atravessam as nuvens e a neblina;
  • Cuidado com a luz refletida. A luz do sol reflete na areia, no concreto e na água atingindo a pele, mesmo na sombra;
  • Os protetores solares devem ser aplicados pelo menos 10 minutos antes da exposição solar.

A escolha do filtro solar deve ser adequada para o tipo de pele de cada criança. O dermatologista poderá prescrever o melhor filtro solar para cada tipo de pele.

As crianças de pele negra têm uma “proteção natural” decorrente da maior quantidade de melanina, contudo também devem usar fotoprotetores porque estarão sujeitas a queimaduras, manchas e outros problemas de pele.

Cabe ressaltar a importância da questão educacional nos hábitos relacionados à exposição solar também nas escolas, exercendo os mestres e professores papel fundamental na orientação acerca da fotoproteção.

Os efeitos da exposição ao sol são cumulativos e a exposição solar excessiva de crianças e adolescentes sem a devida precaução poderá apresentar suas consequências na fase adulta com o aparecimento de doenças de pele, dentre as quais o câncer de pele.

O sol é fundamental para a saúde e o bom funcionamento do corpo. A exposição ao sol, dentre outros benefícios, ajuda na síntese da vitamina D que é necessária para uma vida saudável. O sol é fonte de luz, vida e alegria, ofertada pela natureza de forma generosa e gratuita. Viva o sol!

Brinque com seus filhos ao ar livre, aproveite as delícias do mar e as belezas da natureza, mas esteja sempre atento para que sua família usufrua com segurança e bem estar os benefícios do sol, contribuindo para uma vida saudável.

 

Karin Louise Anrain Trentini Moritz – Médica Dermatologista,  Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Artigo publicado na Revista Escola de Pais do Brasil – Seccional da Grande Florianópolis nº 6, junho de 2015, p. 39.

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