Muitos conferencistas de renomada competência enaltecem a importância e o valor da família como caminho a ser percorrido na conquista da plena e segura da independência do educando, seu(s) filho(s). Caminho este que se apresenta hoje com tantos atalhos e desvios a desorientar o caminhante, seja ele o educador ou o educando, que se torna necessário estabelecer rotas e alternativas seguras. Educar para a liberdade proporcionando ao educando alcançar com segurança a sua independência, eis o grande desafio de todos nós, pais e educadores, num mundo em permanente e rápidas transformações.
Um mundo globalizado que proporciona a todos nós, num apertar de botões, o acesso imediato a uma gama de informações, fatos e teorias que nos invadem e nos tomam por inteiro, deixando-nos, no mais das vezes, perplexos e desorientados; como achar o caminho de uma educação libertadora, que indique ao educando a rota segura para a sua independência, que o tornará senhor absoluto de sua vida e de seu destino?
Como fazer isso, inserido no contexto de um mundo de competições e exigências, de saber e saber fazer, de um constante desaprender e aprender, de poder e saber retirar para usufruir uma vasta gama de conhecimentos, dentre aqueles que melhor se identifiquem com seu ideal de vida, mas que não se lhe apague a chama da sua humanidade.
Educar no século 21 foi a preocupação da UNESCO, ao solicitar pesquisa aos maiores educadores do mundo todo, para que indicassem os modos e as maneiras de educar num mundo com tantas e tão gritantes transformações. Ao final, elaboraram o já famoso Relatório Faure(1972) e mais tarde o Relatório Delors (1996) que apontaram para o compromisso de fazer o educando “aprender a conhecer”, “aprender a fazer”, “aprender a conviver” e “aprender a ser”. Concluiu o Relatório Faure que, enquanto o “aprender a conhecer” e o “aprender a fazer” são, em grande parte, o compromisso a ser assumido pelas instituições educativas e seus agentes; o “aprender a conviver” e o “aprender a ser” permanecem, cada vez mais no campo da família, como um compromisso inalienável e plenamente realizável desde que, consciente do seu grande papel, mantenha-se a família atenta, lúcida, crítica e criativa, sem perder o calor e a ternura, amor e segurança, fatores indispensáveis ao bom desempenho do seu nobre e sagrado compromisso: o de ser e proporcionar ao educando, com segurança, o caminho da sua independência e liberdade.
No que lhe diz respeito, está a Escola de Pais do Brasil perfeitamente inserida neste universo, eis que há 46 anos cumpre fielmente o seu ideário de proporcionar à família, as melhores condições para o bom exercício do seu mister: ser e proporcionar aos seus filhos o seguro caminho da educação libertadora, inserindo-os num mundo de deveres, obrigações e direitos; inseri-los num contexto social ao qual deverão permanecer umbilicalmente ligados e participantes ativos do seu destino.
Tenha a família a forma que tiver, passe pelas transformações que tiver de passar, continuará a ser, para o ser humano, um ambiente de formação, o melhor e mais seguro caminho para o alcance da sua libertação.
Publicado na Revista nº 1 – 2009 – Escola de Pais – Seccional de Biguaçu
Carlos Boabaid Filho – Advogado e Amigo da Escola de Pais do Brasil
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