FAÇA O QUE EU FALO, MAIS NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO

A cada dia que passa a sociedade e o meio em que vivemos muda, se transforma, sofre alterações, desde as mais pequenas e, aparentemente insignificantes, até as maiores, as que nos afetam diretamente e fazem nossa vida mudar quase que por completo.

            O contexto social no qual a família está inserida mudou. Cada dia nos deparamos com mais informações do que podemos absorver, a mulher aquela que ficava em casa, cuidando de toda a família, o sexo frágil agora trabalha fora, o avanço tecnológico foi grande,  a família, a criança, o aluno e a escola, todos sofreram transformações, todos mudaram.

            Tantas mudanças, tantas transformações geram confusões e expectativas. Difícil é lidar com essas mudanças. Porém existe algo que mesmo com o passar do tempo, com as pequenas e grandes transformações não mudou: nossos filhos, são frutos do meio em que vivem e, é na relação familiar que os verdadeiros valores se formam e se consolidam.

             Isso tem perdurado nas sociedades durante séculos e vai continuar durante toda a existência da raça humana. Sendo assim, hoje vemos famílias se organizando de uma maneira a se adaptarem ao meio que vivem, sabendo que toda a responsabilidade ainda está sobre os ombros do Pai e da Mãe. São eles que são responsáveis pela sobrevivência dessa família.

            Quando vêm os filhos, bom, daí já muda algumas coisas, até porque agora existem algumas pessoinhas lindas que precisam de carinho, atenção, afeto, cuidado mas que também precisam de limites, de regras, de responsabilidades e de consciência do que é a vida lá fora.

            Mas agora, cabe a nós questionarmos  algo, do que adianta pais, cobrarem respeito aos mais velhos, exigirem a exclusão de palavrões, darem limites como horários para TV, para internet, para sair e chegar, darem responsabilidades de cuidado da casa, de tarefas diárias aos filhos, se os mesmos burlam as leis e valores morais e adotam a postura: “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço.”

            Pais, as vossas atitudes valem mais que mil palavras, busquem ações simples e concretas que possam ajudar seu filho a assumir responsabilidades de forma coesa e correta. Faça seu filho, ser uma parte ativa da família, faça ele participante de todas as atividades; como por exemplo: peça a seu filho, principalmente os menores, para que o ajude com os afazeres domésticos (guardar os brinquedos, limpar a mesa ou guardar a roupa limpa) e outros.

             Comente com seus filhos a respeito das notícias da  atualidade. Lembrando que cada faixa etária deve ter assuntos pertinentes a sua idade. Tudo está em constante evolução e se você não souber dar a ela as boas atualizações, o mundo lá fora poder vir e lhe oferecer as ruins. Deixe seu filho(a) a par da situação financeira da família, deixe-o(a)  desde cedo aprender a administrar pequenas finanças ou mesadas, colocando como exemplo a situação financeira da família.

             A criança que aprende a ter responsabilidades desde pequena, vai melhor na escola e na vida!  

            O melhor que podemos fazer por nossos filhos é sermos persistentes na sua formação desde bem pequenos, mostrando-lhe e  ensinando-lhe a grande lição da vida, as frustrações, os “nãos” ditos com firmeza, o pulso firme, a cobrança e a liberdade, entre tantas outras coisas, tudo isso favorece a conscientização cidadã.

            No entanto, nada disso terá qualquer significado se não for mediado pelo exemplo dos adultos; nossos filhos são frutos do meio, e por isso precisamos excluir de nosso dia a dia o velho ditado: “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, e começar a inserir ótimos exemplos, mostrando que a vida é feita de atos pensados e com pé no chão, podendo ter a certeza de que ali na frente, quando estivermos mais velhos, veremos nossos pequeninos fazendo o que falávamos e o que fazíamos, pois servimos de espelho para uma vida de conduta íntegra e honesta, mantendo a boa moral e a boa ética, tudo aprendido conosco em Família.

            Seja um modelo a ser seguido, Lembre-se: “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”. Seus comentários e, principalmente, suas ações influenciam diretamente na vida de seus filhos.

            A célula familiar permanece e ninguém poder negar que o que somos hoje, depende muito daquilo que fomos em criança e de como nossos pais nos apresentaram a vida.

             Existem muitos aspectos a analisar e melhores caminhos para uma relação em família mais verdadeira e feliz.

Publicado na Revista Escola de Pais do Brasil – Seccionais de Biguaçu e São José, nº 5, junho de 2014, p. 38.

Raquel Correia FrançaProfessora da rede Municipal de Biguaçu

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