Estresse: um mal que também afeta os mais novos…

Fatores externos e internos podem gerar estresse na criança, prejudicando o seu desenvolvimento. Pais e educadores devem estar atentos!

 Um mundo cada vez mais exigente e globalizado tem colaborado significativamente para que o estresse deixe de ser um mal dos adultos e afete um número cada vez maior de crianças. Pais ausentes por excesso de trabalho, maior exigência intelectual, a obsessão pelo exercício físico e os próprios relacionamentos pessoais, dificultados pelo uso excessivo dos computadores e televisores, são motivos mais do que suficientes para causarem estresse até nos mais pequeninos.

Segundo M. Lipp, especialista em estresse infantil, o estresse é “um conjunto de reações que temos quando algo acontece que nos faça extremamente felizes”. Provocado pelas diversas reações orgânicas que são desencadeadas ao mesmo tempo quando nos sentimos ameaçados, real ou imaginariamente, o estresse é necessário ao organismo, pois auxilia o desempenho das funções orgânicas e psíquicas como o crescimento, a cicatrização ou a criatividade.

Para poder enfrentar esses estados de tensão, o corpo faz com que as glândulas supra-renais produzam mais adrenalina, o fígado converta as reservas de gordura em açúcares (para produzir mais energia) e a irrigação sanguínea seja reduzida em alguns locais, para que coração, cérebro e músculos sejam melhor irrigados. Entretanto, se estas alterações acontecem repetidas vezes, com pequenos intervalos de tempo, ocorre o que podemos definir como estresse negativo, responsável por sérios transtornos físicos e emocionais.

Segundo Lipp, os fatores externos que mais causam estresse na infância são: mudanças significativas ou constantes, responsabilidade em excesso, excesso de atividades, brigas ou separações dos pais, morte na família, exigência ou rejeição por parte dos colegas, modo de disciplinar negativo / contraditório por parte dos pais, nascimento de irmão, troca de professores ou de escola, mudança de vizinhança, pais e professores estressados, etc … Existem também os fatores internos, ou seja, aqueles aspectos que são determinados pela personalidade e expressão emocional da própria criança. Estes fatores que geram estresse na criança são: ansiedade, depressão, timidez, desejo de agradar, medo do fracasso, medo de que os pais morram e ela fique só, medo de ser ridicularizada por amigos ou colegas, etc.

Independentemente da causa, o estresse infantil pode levar a problemas sérios… Como exemplos, a asma, úlceras, alergias, gaguez, distúrbios dermatológicos, diarreia, tiques nervosos, dores abdominais etc.

SINTOMAS FÍSICOS MAIS FREQUENTES:

Dores e barriga

Dores de cabeça

Náuseas

Hiperatividade

Enurese noturna

Gaguez

Tensão muscular

Ranger dos dentes

Dificuldade para respirar

Distúrbios do sono

Obesidade.

SINTOMAS PSICOLÓGICOS:

Ansiedade

Terrores noturnos

Pesadelos

Dificuldades nas relações interpessoais

Desânimo

Insegurança

Agressividade

Choro em demasia

Tristeza

Birra

Medo excessivo.

Este artigo foi publicado na Revista Escola de Pais do Brasil Seccional Fortaleza, setembro de 2010, nº 9, p. 28.

Thais Delboni – Psicóloga

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