Drogas, violência e criminalidade

Vivemos tempos de competição e de incertezas. A globalização, se veio contribuir para a integração econômica, social, cultural, política etc., também vem proporcionando a formação de um clima geral de muitas apreensões e estresses. Tudo é instantâneo em face da rapidez dos meios de comunicação. No turbilhão de informações diárias, a violência e a criminalidade parecem abranger percentual enorme do nosso cotidiano e rezamos para que não acabe abalando as nossas estruturas familiares.

O que se evidencia, infelizmente, é o fato de que o maior percentual dos crimes cometidos e com farta divulgação tem alguma origem no uso e tráfico de drogas.

Ora, isso tudo parece muito simples de relatar, mas o que se pode fazer para prevenir o uso de drogas, a violência e a criminalidade? Como tratar desse grave problema que assola a humanidade?

Dentre inúmeros motivos que levam uma pessoa a fazer uso de droga estão: problemas pessoais, sociais, financeiros; influência de amigos; sensação imediata de prazer que produzem; facilidade de acesso e obtenção; desejo ou impressão de que elas podem resolver todos os problemas, ou aliviar as ansiedades, etc.

A partir do primeiro contato e do consequente vício, desdobra-se um conjunto de problemas relacionados à saúde física e mental, ao relacionamento dentro de casa e com amigos e à necessidade de angariar recursos financeiros para comprar a droga em face da dependência química. Daí para frente, passa-se a financiar o tráfico e a participar de um complexo problema, responsável pelo significativo aumento da violência e da criminalidade. O caminho fica propício para furtos, roubos, sequestros, homicídios, desagregação familiar, doenças e tudo que se possa imaginar. Como tem sido constatado, o aparato policial e os demais sistemas formais de controle social não têm sido suficientes para sequer diminuir esse flagelo.

A prevenção à violência está muito menos pautada na eficiência da polícia e muito mais atrelada a questões éticas. DURKHEIM afirma: “é a criança facilmente sugestionável (…) realmente, só uma cultura amplamente humana pode dar à sociedade moderna os cidadãos de que elas têm necessidade.” DURKHEIM assevera que ninguém nasce criminoso, mas somos fruto daquilo que a própria sociedade nos impõe.

Portanto, torna-se cada vez mais forte a ideia de que é necessário aos governos em geral, investir em políticas públicas voltadas para a prevenção. E, cada vez mais a sociedade precisa se conscientizar sobre a importância do fortalecimento dos valores morais, sobretudo, a partir de um trabalho voltado às crianças e adolescentes.

Há algum tempo, nas aulas de Educação Moral e Cívica ensinava-se cidadania que nada mais é do que o conjunto de direitos e deveres e suas implicações decorrentes da vida em sociedade. Nessa disciplina, aprendia-se a ter uma relação harmoniosa para com as pessoas em geral e para com o Estado. Isto se coaduna facilmente com o próprio conceito geral de direito, ou seja, o conjunto de regras que tornam possível a convivência. O Padre VILSON GROH afirma que as pessoas precisam ter o sentido do pertencimento: “eu pertenço à cidade e a cidade me pertence”. Isso nos torna cúmplices do cotidiano da casa, da rua, do bairro, da cidade e do planeta, nossa habitação maior.

Todas as atitudes humanas passam, antes, pelo pensamento. É na mente que se processa a noção do bem e do mal, do justo e do injusto, do certo e do errado etc. Portanto, a formação do caráter parece passar necessariamente pelo processo do ensinar e aprender. É justamente aqui que queremos nos ater.

Voltando ao Padre VILSON GROH, numa afirmação forte: “devemos manter o coração pedagógico apaixonado”. Isso não deve servir de fundamento apenas para os educadores formais. O coração pedagógico apaixonado deve estar presente, acima de tudo, dentro das nossas próprias casas. No diálogo com os filhos, na solidariedade entre os membros da família, na comemoração de momentos importantes, etc. A partir da família, nosso contato mais aproximado passa a ser, basicamente, os vizinhos, a escola, a igreja o clube e o trabalho. Cultivando o amor, a decência, a ética e a tolerância, o indivíduo será o condutor e propagador do bem. Com a colaboração do Estado, na formulação de políticas públicas voltadas para a prevenção ao uso de drogas e à violência, será plenamente possível fazer frente a esse processo de degradação social.

É preciso acreditar e agir.

Publicado na Revista nº 3, p. 20 – Escola de Pais – Biguaçu – junho de 2011.

 Mário Cézar Simas – Coronel da Reserva da PMSC, Secretário Municipal de Governo em Biguaçu  e Coordenador do Programa Droga Zero.

2 Comentários

  1. Bom, na minha concepção eu acho que a droga é uma coisa que precisamos combater para que outras pessoas não se envolvam, fazer com que a sociedade veja os jovens que se envolvem estão nisso não porque querem mais pq acham que tudo se resolve com ela e também ajudá-los a vencer essa luta pois muitas pessoas não tem o carinho que temos com nossos familiares e por isso escrevo esse pequeno comentário, para que vcs que vejam isso tenham um pouco não de pena mas compaixão, um forte abraço e fiquem com Deus!!

  2. Sou colaboradora na prevenção quanto ao tema em questão, forneço orientações e palestras em escolas na cidade de Limeira, que tenhamos amor ao próximo e que a paz prevaleça na sociedade.

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