DESENVOLVIMENTO DOS 18 A 25 ANOS

Ao longo das últimas décadas, a perspectiva sobre a vida e o desenvolvimento do ser humano tem se alterado. Estudos comprovam que a adolescência vai, na verdade, até os 25 anos.  A neurociência tem feito avanços maciços e existem evidências de desenvolvimento do cérebro até os 20 e poucos anos e, na verdade, o momento em que as mudanças param é muito mais tardio do que pensávamos.

Caio Beck, educador, palestrante e consultor em Andragogia[i], baseado na teoria de Eric Erikson, precursor das teorias do desenvolvimento na idade adulta, diz que: “Quando atingimos este ciclo, nos centramos ao desenvolvimento social e emocional. Ao atingir a fase adulta, surgem os relacionamentos, as responsabilidades, a inserção em ambientes que antes não tínhamos contato e temos que tomar decisões importantes, que afetam o desenvolvimento pessoal. A relação com a família, amigos, colegas de trabalho e com o parceiro (namorado(a), noivo(a), esposo(a), etc) afetam diretamente as motivações do indivíduo e suas ambições. As influências externas afetam muito mais do que as internas, e a preferência pela aprendizagem acontece de forma mais prática, mesmo que parte dela seja em um ambiente acadêmico. O interesse é por conseguir um trabalho, buscar uma promoção, ser visto como uma pessoa de sucesso, etc. Cabe ao educador saber trabalhar o lado interno, as motivações intrínsecas e mostrar ao jovem adulto que os conhecimentos teóricos também são importantes para suas realizações pessoais e profissionais.”

Aos pais cabe participar o máximo possível da vida de seus filhos, não no sentido de investigar ou dominar, mas no sentido de dar suporte na reorganização dos ciclos do seu desenvolvimento.

Os jovens buscam a libertação, mas também, a conciliação. A família significa, para eles, proteção, segurança, sobrevivência e afeto. Mas, lá fora, a busca e o fortalecimento é algo pessoal e íntimo e exige fazer escolhas e responsabilidade na condução de seus atos. A liberdade implica riscos, o que é essencial para o desenvolvimento emocional, para a educação, trabalho e vida social.

Filhos, “são flechas lançadas ao vento”, diz o poeta. Mas filhos são “bumerangues” e nós, pais, precisamos estar com os braços erguidos para poder alcançá-los.

Publicado na Revista Escola de Pais do Brasil Seccional da Grande Florianópolis n° 8, dezembro de 2019, p-26.

[i] https://andragogiabrasil.com.br/as-8-idades-do-homem/

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