
Nesta crônica, faço um extrato de ensinamentos colhidos na palestra proferida por Mário Sérgio Cortella, professor, filósofo e escritor, no dia 27/09/2016 em Balneário Camboriú/SC, que tive o prazer de assistir.
1 – Qualidades de um empregado ou chefe:
– paciência (não significa ser lerdo).
– resistência.
– persistência.
Aquele que for capaz de fazer uma polenta tradicional, que leva em torno de 40 minutos para ficar pronta, que exige movimentos lentos e constantes (paciência), esforço continuado (resistência) e tempo certo até a massa chegar à consistência requerida (persistência), é bem provável que possui as qualificações para se tornar um bom empregado ou chefe.
2 – Perfil do brasileiro de hoje.
O brasileiro atual tende a ser ansioso em tudo. Na vida pessoal, na carreira profissional ou até no enfrentamento dos problemas sociais, econômicos e políticos do país. Pensam que sempre se podem obter grandes evoluções em pouco tempo. É imediatista e desqualifica qualquer planejamento de longo prazo.
Em grande parte somos acomodados ou alienados. É comum alguém dizer: “Que horror! alguém tem de fazer alguma coisa”, como se nada merecesse nossa intervenção ou reação pessoal. Tudo é com os outros.
Horror mesmo é nossa indiferença com os desmandos e mal feitos. Chegou a questionar quem de nós já não tenha usado o famoso jeitinho brasileiro para contornar a lei ou a ordem.
3 – A nova geração.
Grande parte da nova geração é impaciente e lhe falta a ideia de esforço para obtenção de êxito. Tudo tem que lhes ser proporcionado para atender suas vontades e pensa que empreender seu próprio esforço para suas conquistas é coisa ultrapassada.
Falta-lhes paciência, resistência e persistência. E isto não vem dos céus.
Para um jovem hoje com 18 anos, atingindo o que se denomina de maioridade, o ataque às torres gêmeas em Nova York ocorrida no ano de 2001, no maior ataque terrorista da história mundial, para ele é mera história, já para seu pai é memória das mais impactantes da sua vida.
É evidente que são diferentes as percepções de uma pessoa que assistiu a catástrofe, da outra que apenas tomou conhecimento por informação do professor de história. O professor viveu a história o aluno ouviu ou leu o relato.
Os professores e os alunos, bem como os pais e os filhos precisam se adaptar com responsabilidade e compreensão a estas diferenças na percepção para obter progresso no relacionamento.
4 – Enfrentamento da crise.
O Brasil já enfrentou crises maiores do que esta observada no país agora.
Basta mencionar que superamos a hiperinflação da década de 1980 a 1990, com a inflação chegando ao patamar de 80% ao mês. O preço de um produto pela manhã passava a ser mais caro a tarde do mesmo dia.
O jovem de hoje nem imagina o que é isto.
Para superar crises é necessário coragem para enfrentá-la. Cuidado, coragem não é ausência de medo. Medo não é pânico. Medo gera prudência e criatividade para contornar riscos. Pânico é paralisante e bloqueia a inteligência.
“Ou nada ou afunda”. Coragem com lucidez é o caminho.
Há que se ter em mente o pensamento filosófico grego, de que “a sorte segue a coragem” e que “o impossível não é um fato, apenas uma opinião” ou Geraldo Vandré quando diz em uma de suas mais conhecidas canções “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
5 – Acompanhe a evolução dos tempos.
É tolice continuar fazendo o mesmo e esperar resultado diferente
Não tem lugar marcado no futuro.
Humildade para reconhecer, entendendo que humildade não é subserviência.
Três coisas que impedem o sucesso:
– Não ensinar o que se sabe.
– Não praticar o que se ensina.
– Não perguntar o que não se sabe.
Reflitam sobre estes ensinamentos.
Amyr José Rockenback é pai e empresário.
Publicado na Gazeta de Palmas nº 68, novembro de 2016.
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