O intelecto, capacidade de aprender e raciocinar, é uma habilidade humana que se desenvolve junto com outros aspectos do potencial humano de cada individuo, em maior ou menor grau, com maior ou menor dificuldade, muitas vezes com grandes diferenças entre indivíduos de mesma idade, condições sociais, e até mesmo numa mesma família.
Vários fatores podem interferir decisivamente no desenvolvimento do potencial humano. Em geral, os fatores imediatos que interferem no desenvolvimento intelectual, são comumente identificados, sem necessidade de maior aprofundamento. São eles: a boa alimentação, boa saúde física e mental, condição socioeconômica, boas condições técnicas e materiais do ambiente escolar etc. Em geral, supridas essas condições, espera-se que o individuo tenha o desenvolvimento padrão para sua faixa etária e que ao longo do processo de escolarização ele construa seu patrimônio intelectual, ferramenta da maior importância para vários aspectos da “vida moderna” dessa pessoa. Sendo assim a escola recebe todos os indivíduos com a mesma expectativa de potencial construtivo. Mas quanta diferença existe entre esses indivíduos…
Do ponto de vista da saúde, é necessário expandir nossa percepção, buscando perceber e compreender profundamente quais são os reais obstáculos ou dificuldades que impedem o desenvolvimento intelectual pleno. Os casos associados às síndromes neurológicas ou a outras enfermidades congênitas são facilmente reconhecidos e encaminhados para o ensino especial. Mas inúmeros casos de inadaptação são tidos como problemas de difícil diagnóstico e mais difícil ainda encontrar a melhor maneira de lidar com esses alunos, que muitas vezes passam a ser o problema de uma sala inteira, de vários professores ou até mesmo da escola inteira.
São crianças e adolescentes estigmatizados pelos comportamentos: irreverentes, agressivos, com difícil adaptação social, inquietos, tímidos, inseguros, com dificuldade de concentração, dificuldade de aprender, instáveis emocionalmente, ansiosos, temerosos e tantos outros sinais e sintomas que expressam o desequilíbrio vital deste individuo dentro do contexto de suas relações e que interferem no processo escolar.
A importância de conectar essas dificuldades à dimensão mais ampla do ser humano, experienciado por cada individuo particularmente, pode nos ajudar a compreender quais são as reais causas dessas dificuldades e nos permitirão uma melhor abordagem e manuseio terapêutico.
É importante percebermos, que muitos equívocos terapêuticos, são cada dia mais comuns. Um grande número dessas crianças e adolescentes são submetidos a tratamentos com drogas psicoativas, que não solucionam a questão, mas tranquilizam pais e professores, porém o individuo segue tendo o mesmo desequilíbrio vital, apenas de forma imperceptível para os que estão ao seu redor. Essa “camisa de força” pode ser mais inconveniente do que os sintomas que o individuo antes expressava, essa supressão química tem repercussão no sentido de aprofundar e agravar o desequilíbrio vital da pessoa.
Somos uma sociedade consumidora de drogas que vão desde drogas viciantes que chamamos de “alimento”, que muitas vezes viciam muito e alimentam mal, às drogas lícitas ou legais como álcool e cigarro, as drogas proibidas, e uma das drogas mais perigosas para a saúde, exatamente por não ser reconhecida como droga, porque chega-se a ela como um meio de tratamento ou cura, que são os “medicamentos”, dos quais em muitos e muitos casos, os indivíduos não conseguem se separar, uma das piores e mais onerosas formas de dependência, muitas vezes ensinadas ainda na infância, muito precocemente, e que trarão consequências graves para a saúde e qualidade de vida desses indivíduos pelo resto de suas vidas…
*Dr. Edivaldo Nascimento – Médico Homeopata CRM 5217/SC
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