A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO POLÍTICA

Educação política é apenas uma parte do todo educação. Ninguém desconhece que o alicerce da formação do ser humano está em suas raízes, com a preparação dos pais para uma união duradoura, e logo em seguida, a partir do berço. E não importam as rendas e bordados que o revestem, nem o colchão tosco e quem sabe os pobres trapos de sua cobertura.  A educação é um processo envolvente. Se lastreada em valores que enaltecem a natureza humana, seus genes graduam no educando de uma forma definitiva. Alimentados e aperfeiçoados, fazem do cidadão alguém apto a somar e a construir. Complementando a educação familiar, a educação formal instrui e faz desabrochar aptidões. Ambas devem provocar o discernimento, o espírito crítico, a solidariedade, o entusiasmo, a esperança, a reponsabilidade, a prática dos valores permanentes. (…)

Ao enfrentar questionamentos sobre essa educação política, surge a decepção devido aos sentimentos temos com os atores políticos de nosso tempo. Se nossa desesperança nos levar à omissão, se não formos votar, se votarmos em branco ou anulando o sufrágio, estaremos colaborando ainda mais para o descrédito das instituições. Nunca é demais insistir. A força moral de um povo se mede pelo seu grau de cidadania. E o exercício pleno da cidadania não pode prescindir do vigor dos três Poderes da República. Não há democracia verdadeira sem o Legislativo e o Executivo, em suas três esferas de poder e sem um Poder Judiciário independente e atuante.

Disse alhures e repito agora: Numa democracia, o único instrumento válido de mudança da estrutura social é o sufrágio livre, consciente, soberano.

A verdadeira comunicação, liberta de preconceitos e interesses, é com o nosso próximo mais próximo. Como tem sido o diálogo em nossos lares¿ Não tenho obrigação de esconder a minha decepção com a política e com os políticos. Mas do mesmo modo não tenho o direito de generalizar, nem de impor meu pessimismo, e, muito menos, decretar a falência da democracia como forma de governo.

Como inserir a criança e o jovem na realidade das urnas?

Em primeiro lugar, interessá-lo pelas demandas e aspirações da sociedade.

Exemplos não faltam. Os problemas nos desafiam a todo momento. A omissão, seja no falar ou no agir é pecado capital e revela falha grave no processo educacional.

As grandes demandas do povo situam-se nas esperas da EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA, ECOLOGIA MOBILIDADE URBANA E ECONOMIA. Todas essas demandas partem do Município e é aí que o cidadão deve começar a discuti-las E é muito bom que comece a fazê-lo em sua própria casa, local privilegiado da formação dos filhos. Quem vamos eleger?

Educação: É preciso reconhecer que a Educação no Brasil tem avançado apesar de seu descaso histórico. Falta investir mais, valorizando o professor, melhorando as instalações, incentivando novas vocações para o magistério. (…) Os últimos resultados do PISA – exame internacional padronizado – apontam que o Brasil está e, 53º lugar numa lista de 65 nações. Um adolescente de 15 anos está atrasado em dois anos na proficiência de leitura, em comparação com estudantes da mesma idade em países mais desenvolvidos.

Um milhão de crianças trabalham no Brasil, na agricultura e pecuária, nos pequenos negócios em tarefas de limpeza e venda em balcão. Ninguém ignora o prejuízo que tal descaso acarreta para um desenvolvimento saudável. Estudos negligenciados, privação do lazer na infância.

Saúde: O Ministério da Saúde criou o Índice de Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde – o IDSUS a ser apresentado a cada três anos e é baseado em 24 indicadores de saúde entre qualidade de atendimento e exames. Na escala de 0 a 10 o SUS foi reprovado em 20% dos municípios. Em média, o país tirou a nota 5,47.

Mobilidade urbana. As cidades brasileiras estão entupidas de carros, fruto de um modelo que endeusou o automóvel, conferindo a seu proprietário status social diferenciado. O transporte público é de qualidade sofrível, com soluções sempre adiadas.

O fenômeno da pobreza, aliado à especulação imobiliária, empurrou ao longo do tempo, o trabalhador para as periferias das cidades, longe de seu local de trabalho. Antigamente as fábricas ficavam próximas da linha férrea e, igualmente, as casas dos trabalhadores. Nas grandes metrópoles, além da péssima qualidade do transporte público, o tempo gasto é um desperdício em ternos de produtividade, de lazer e uma agressão à saúde pelo estresse que provoca.

Segurança. Violência. Sistema carcerário. Se há algo que, de fato, preocupa os brasileiros são as drogas, sua expansão epidêmica, principalmento do crack, destruindo famílias e o futuro de grande parte de nossas crianças e jovens. A política de repressão faliu. Os grandes traficantes continuam soltos – aqui e em todo o globo.

A violência se espraia por todos os rincões da pátria, já não á mais lugar seguro. A vida está definitivamente banalizada. É incrível a impunidade. Ainda assim, os presídios estão superlotados, comprovando que o sistema carcerário no Brasil, é injusto, não cumpre a ressocialização, encerra milhares de detentos que já cumpriram pena, além de milhares de detentos sem culpa formada, milhares deles com direito ao regime semiaberto. Os jornais mostraram uma mulher algemada na perna em hospital de Francisco Morato, depois de submetida a uma cesariana e dar à luz uma menina. Seu crime¿ Furtou um chuveiro, duas bonecas e quatro xampus. Enquanto isso, os ladrões de colarinho branco continuam a desfilar nos salões públicos e privados da república.

A violência no trânsito. Segundo a organização Mundial de Saúde, o Brasil tem o quinto maior número de mortes no trânsito do mundo. Ou seja, até doze vezes mais do que em países desenvolvidos.

Ecologia, economia e distribuição de riqueza. Nunca se falou tanto em ecologia como nos tempos atuais. Fala-se em aquecimento global, em defesa dos recursos naturais e em segurança alimentar, em emprego verde. Como se sabe, a “economia verde” é um novo modelo que pretende equilibrar os uso dos recursos naturais ao avanço dos negócios e do bem estar sem maiores riscos às espécies e aos ecossistemas.

Diante deste quadro, o que fazer?

  1. Vencer a nossa desilusão, justa, por sinal diante da corrupção, dos desmandos de todos quantos conspurcam a atividade política. Mas é um erro generalizar. Há gente boa e bem intencionada na vida da Nação.
  2. Descruzar os braços. Discutir, na família, no trabalho, na entidade a que pertencemos, nos clubes que frequentamos, os candidatos e seus programas. Interessar nossos filhos e amigos sobre o que pensamos e o que queremos para nossas cidades, sobre projetos e realizações. Em outras palavras, assumir por inteiro nossa responsabilidade de cidadão.
  3. Acompanhar a atividade de nossos representantes, principalmente daqueles que mereceram o nosso sufrágio. Manifestar nosso apreço pelas boas iniciativas e nossa insatisfação contra procedimentos inadequados, denunciando atos de dilapidação do patrimônio comum e todo e qualquer ato de corrupção.
  4. A internet é nossa aliada. Utilizemo-la com critério. Desnecessário enfatizar que devemos evitar campanhas difamatórias e desfundamentadas.
  5. O voto é muito mais um direito do que um dever.

Assim, nunca desistir, jamais abandonar os ideais, nunca perder a esperança! Este deve ser o nosso mote, a nossa disposição. Nossas utopias são importantes. É preciso continuar sonhando, mas não só. Vamos descruzar os braços. Somos corresponsáveis pelo futuro de nossos filhos, de nossa pátria e da Humanidade. Sonhar, acreditar, construir – eis o que nos torna cidadãos conscientes.

Francisco Xavier Medeiros Vieira

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