Sincericidas

Conheço pessoas “sincericidas”. Uma pessoa “sincericida” é aquela que usa de sinceridade absoluta e total no momento errado, no lugar errado, da forma errada, para a pessoa errada, cometendo um verdadeiro suicídio.

Muitas pessoas se gabam de sua sinceridade, sem se darem conta de que a sinceridade absoluta no momento errado e no local inadequado pode ser altamente ofensiva, rude e condenável. Conheço pessoas que perderam amigos e até seus empregos por causa de atitudes “sincericidas”. Conheço pessoas que falam mal de outras, que estão ausentes, em público, sem o menor pudor, se dizendo sinceras. Conheço casamentos que poderiam ter durado, mas foram desfeitos por causa de “verdades” ditas em ocasiões erradas, da forma errada. Com palavras erradas.

É óbvio que não sou advogado da mentira ou da falsidade. Mas quero chamar a atenção para o fato de que vivemos em sociedade e há certas coisas que só devem ser ditas à pessoa certa, na hora certa, no local certo e da maneira certa. Se você tem uma opinião negativa sobre a empresa em que trabalha, sobre seu chefe ou mesmo seu subordinado, não deve sair falando publicamente, por mais que queira ser verdadeiro e sincero. Conheço chefes que falam muito mal de seus subordinados em rodas de amigos, assim como funcionários que maldizem a empresa a quem queira ouvir.

Um caso típico de “sincericida” ocorreu quando um fornecedor divulgou em uma rede social comentários desairosos sobre um de seus clientes. É claro que perdeu o cliente. Também sei de casos de funcionários que publicaram em suas redes sociais comentários negativos sobre seus colegas de trabalho e acabaram perdendo o emprego. Em ambos os casos, o que foi dito pode até ser verdadeiro e sincero, mas não deveria ser postado numa rede social.

Conheço pessoas “sincericidas” que decidem expressar sua sinceridade durante reuniões, gerando um clima constrangedor entre os participantes. “Sou assim mesmo, sincero, falo a verdade”, disse-me uma dessas “sincericidas”, conhecida pela falta de educação e ausência de polidez no trato com as pessoas.

Pense se você também não é um “sincericida”. Não seja falso nem mentiroso. Mas pense bem como vai tornar público seu pensamento. É muito bom que a verdade seja dita, que você seja sincero. Mas faça isso na hora certa, da forma certa.

Pense nisso. Sucesso!

Este artigo foi publicado na Revista VOE, nº 49, julho de 2012,p. 82.

Luiz Marins é antropólogo e consultor. Seus programas de TV estão entre os de maior audiência na categoria. Saiba mais em http://www.anthropos.com.br/

3 Comentários

  1. Bom dia Paulo,

    O autor deste artigo é o Professor Luiz Marins. Pela pesquisa que realizei pela internet, ele não publicou um livro com este título. Porém, ele tem diversos livros publicados.

  2. Bom dia Paulo,

    O autor deste artigo é o Professor Luiz Marins. Pela pesquisa que realizei pela internet, ele não publicou um livro com este título. Porém, ele tem diversos livros publicados. Brani Besen

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