Diante de tantos problemas que enfrentamos no nosso dia a dia como: fome, violência, desemprego, doenças, conflitos acabamos por negligenciar o tema sexualidade, um assunto ao mesmo tempo precioso e delicado e que pelo fato de tocar na questão da moralidade, torna-se complexo. Além disso, a falta de esclarecimentos sobre o assunto provoca distorções de comportamento e traumas.
A sexualidade é inerente a cada pessoa e abrange todo o seu ser. Mas, infelizmente, a maioria confunde muito sexualidade com genitalismo (ato sexual ou uso dos órgãos sexuais).
O ministério de educação sugere que a educação sexual seja introduzida nas instituições de ensino como tema transversal, sendo trabalhado no contexto das disciplinas, como ciências, biologia, história, sociologia etc. por não ser uma disciplina curricular.
Nas escolas, o debate sobre sexualidade é tímido e superficial, sendo necessário abordar questões como mudanças no corpo da criança e do adolescente, gravidez precoce, DSTs, relacionamentos, valores morais e sentimentos. Porém, além de enfatizar o lado biológico e científico, devemos enfatizar também o lado comportamental.
Nem sempre as crianças e adolescentes encontram respostas suficientes para suas angústias, curiosidades, tensões e dificuldades no seio da família e da escola. Como consequência, vão buscar fora desse convívio respostas para muitas de suas dúvidas conversando com amigos, por exemplo. Quando recebem informações distorcidas, com malícias, medos e fantasias, além do agravante de que vivemos numa cultura recheada de apelos sexuais, quer seja nas letras das músicas, nos filmes, nas telenovelas, nas revistas, nos vídeos apimentados, no excesso de vaidade, induzindo ao acesso de informações que estimulam a sexualidade precoce; tudo isso pode marcar a vida desse adolescente com mais aborrecimentos do que alegrias.
Nós, pais e educadores, temos a responsabilidade de evitar que nossos filhos sofram por falta de informações ou por causa de experiências traumáticas comprometendo sua sexualidade. Sabemos que o despreparo dos jovens é evidente e alguma coisa deve ser feita.
Por isso, encarar a sexualidade na sua totalidade como algo saudável e natural é necessário, além de ficarmos atentos aos sinais de interesse despertado pelo tema quando crianças e adolescentes demonstrarem e usar essa oportunidade para dialogar é uma boa estratégia.
Publicado na Revista nº 1 – 2009 – Escola de Pais – Seccional de Biguaçu
Maria Madalena Martins da Cunha – Psicopedagoga e Orientadora Educacional – Biguaçu – SC
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