SÉCULO XXI – ANO 2020 “E AGORA… O QUE FAZER?

Nem em filmes de ficção poderíamos imaginar que, no ano de 2020, estaríamos vivendo no planeta momentos tão difíceis de se entender, quanto mais de viver.

Ansiedade, temor, insegurança, tristeza, inconformação, são apenas alguns das dezenas de adjetivos que a população mundial está sentindo frente ao “quase” inimaginável.

A palavra de ordem é… ISOLAMENTO.

Mas que tipo de ISOLAMENTO?

ISOLAMENTO SOCIAL!!

Quem diria que ficar em nossas casas, sem contato social, ou com o mínimo contato, seria tão necessário e imprescindível para nosso bem estar.

E com isso, a humanidade vem tendo que se adaptar com as relações sócio afetivas e familiares bloqueadas.

O convívio entre pais e filhos adultos, entre netos e seus avós, entre amigos e amigas, entre professores e alunos, trabalhadores, operários e empresários, ricos e pobres, tiveram que ser reinventados e elevados ao virtual.

Como manter as relações sócio familiares saudáveis no novo contexto social?

O afeto, o aconchego, o dar um abraço, um beijo, a presença física e as demonstrações de amor, tomaram nova face.

Hoje… ama quem está longe, mais longe!

Tivemos que nos reinventar e nos moldar aos novos tempos… e que tempos difíceis esses, hem?

Nunca houve tanta necessidade de nos comunicar on-line. Meios como a Internet, o celular, todos os recursos existentes, estão sendo nossas armas de comunicação efetiva, eficazes e basicamente as únicas disponíveis e autorizadas atualmente.

Neste novo contexto, nossas posturas e ações ganharam novas formatações.

O virtual passou a ser usual, enquanto o presencial passou a ser considerado um risco à nossa integridade física, mas especificamente, a nossa saúde.

A maioria das famílias, pais e mães, tiveram que abdicar a terceirização de seus filhos e exercer a convivência com eles, propiciando um ambiente mais seguro.

Porém, esse convívio em seus lares, trouxe a necessidade de serem mais presentes nas relações escolares.

Assim, juntos e mais unidos, as famílias, estão experimentando novas sensações, novos prazeres, novos ritmos de convívio, nem sempre fáceis, mas muito mais prazerosos.

Pais e Mães trabalhando de casa em home-office; professores ensinando on-line; crianças tentando aprender virtualmente, e todos num mesmo barco.

A pandemia corre lá fora.

A Família direta se conecta dentro de casa, mas com o mundo externo, só virtualmente mesmo!

Não é exceção, mas sim regra. Todos temos que nos conectar virtualmente e aprendemos, que não conseguimos viver só, somos seres e dependemos uns dos outros, e nessa pirâmide, vamos tentando levar a vida do jeito que é possível.

Neste novo contexto virtual, aprendemos que a distância física nos aproximou mais dos sentimentos. Estamos mais vulneráveis, ansiosos, dando mais valor à família e aos amigos. Nossos projetos podem ter sido transformados, mas nossos valores intrínsecos se afloraram. Nunca vimos tantas lives e tantas pessoas que nos são caras pelos computadores, nossos aliados nessa luta pela sobrevivência afetiva, psicológica e fundamental como o ar que respiramos.

Sairemos dessa, mas a lição que ficará mapeará o resto de nossas vidas.

Nunca mais seremos os mesmos, buscamos e aprendemos com a pandemia. Não dá pra vivermos numa bolha, ainda bem, porque lá fora existirá para sempre o mundo virtual, que apesar de todos os tropeços ocorridos em 2020, nos fez tão bem!

Regina Lustre A. Gabriele – Advogada, Professora com pós-graduação em Direito Educacional, Representante Nacional da Escola de Pais – SP. regina.grabriele@terra.com.br

Publicado na Revista Escola de Pais do Brasil Seccional de Curitiba, ano 56, ed. 49, setembro 2020, p. 23.

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