Ainda enquanto bebê, a pessoa recebe informações de pais, familiares e conforme vai crescendo, mais influências chegam através dos amigos, da escola, programas da mídia, entre outros, que serão formadores de imagens representantes do que os outros esperam da pessoa. Assim, elogios, valores e desafetos que são transmitidos, passam de certa forma a serem questionados e testados pela pessoa para que sejam reforçados e, assim, o indivíduo constrói seu próprio valor, perante a si próprio.
Por vezes, estas imagens se configuram de forma distorcida daquilo que realmente a pessoa é, pois o ser humano não tem apenas uma qualidade ou uma dificuldade na vida, mas é um todo que se configura através do conjunto de habilidades. Mas quando estas qualidades ou dificuldades recebem muito valor ou são reforçadas pela crítica elas formarão um tipo de valor que, por vezes, buscará reforço e será demonstrado na maneira de agir.
Um exemplo disso é quando se qualifica um valor a uma criança, como “príncipe”, e ela tende a fazer de tudo para que realmente o seja e no momento que isso não tiver reforço, tenderá a buscá-lo, extrapolando o próprio limite e o dos outros para chamar atenção. É a forma de reforçar a certeza do valor que tem de si, do que sabe de si, demonstrando baixa autoestima.
Sendo assim, uma alta ou baixa autoestima será determinada pelo valor que a pessoa tem de si, do processo de confiança que tem de seus atos ou em si mesmo. Determinará as escolhas que o individuo vai fazer no momento atual da vida, como escolher parceiros, grupo de amigos, e o valor profissional que ele lhe atribui dentro da empresa na qual atua, entre outros.
Esta capacidade de confiar em si não poderá ser construída pela passividade e nem pela crítica, pois esses elementos provocariam baixa autoestima, isolando, desvalorizando, culpando e promovendo a descrença na própria capacidade, em se ver como um todo e como um ser de muitas habilidades. A baixa autoestima é construída por ambientes hostis e de pouco afeto, que promovem a autocrítica severa.
A autoestima pode ser melhorada quando o indivíduo faz algo positivo, como ajudar alguém sem esperar retorno, organizar suas atividades do dia a dia sem cobrança, encorajar emoções positivas, não se comparar com os outros e desmistificar sua incapacidade, exercitando suas habilidades ao enfrentar alguma situação ou fazendo algo no qual é muito bom.
Desta forma, quando a pessoa presta atenção e percebe o que conseguiu realizar, se dará valor e encontrará no dia a dia da vida o verdadeiro significado da palavra felicidade, que a autoestima proporciona.
Artigo publicado na Revista do IMPERIAL HOSPITAL DE CARIDADE, Edição 34, Junho de 2014.
Simone Vizzotto, psicóloga (CRP 12/08803)
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