É MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR: MISSÃO DA ESCOLA DE PAIS

(Embasado no Artigo do mesmo autor: “A família e o Desenvolvimento da Autonomia dos Filhos”)                                                                     

A partir das premissas abordadas no artigo acima mencionado, gostaria de colocar às lideranças da Escola de Pais uma proposta de AÇÃO ousada, visando mudanças junto a nossa realidade brasileira.

À AÇÃO EDUCATIVA do nosso Movimento junta-se a AÇÃO que chamaremos de AÇÃO SOCIAL. Consiste esta AÇÃO em trabalhar junto à comunidade,  a fim de fazer convergir junto às instituições, propostas que venham a contribuir para a evolução da nossa sociedade.

Iremos trabalhar além da AÇÃO EDUCATIVA que desde nossa fundação realizamos com sucesso através dos Círculos, uma AÇÃO SOCIAL que poderemos chamar também de AÇÃO COMUNITÁRIA onde todas as entidades sociais de nossas cidades poderão ser convocadas. Estas entidades são constituídas por associações de profissionais da saúde, sindicatos, clubes de servir (Lions, Rotary, Soroptimistas etc) Maçonaria, Pastoral da Infância, Igrejas, Conselho Municipal da Infância e Adolescência, Escolas e Universidades, Secretarias de Governo e outras que possam vir a ter envolvimento neste Projeto.

Dessa forma, alargaremos as nossas fronteiras numa ação globalizada, onde assumiremos  a liderança em razão  da nossa experiência e domínio de conhecimento sobre o tema.

O sentido do nosso projeto é o Desenvolvimento psicossocial  da criança.

Perguntamos: Que ações queremos desenvolver em prol da vida de nossa infância? O que está errado na sociedade e o que queremos mudar? Quais ações preventivas vamos introduzir no nosso meio social?

Em cada comunidade temos uma realidade diferente, cujas perguntas terão respostas e necessidades concretas a serem resolvidas.

Temos pensado no desenvolvimento emocional do ser humano cujas raízes estão no nascimento e nos três primeiros anos de vida.

Perguntamos: Estão as crianças nascendo de forma adequada? O parto que é praticado nas nossas maternidades correspondem às necessidades físicas e psíquicas da mãe e da criança? A mãe tem apoio das instituições para amamentar e desenvolver o vínculo necessário com seus filhos? Os pais têm condições de acompanhar o desenvolvimento emocional na  primeira infância?

O que acham então, de uma intervenção social globalizada, com a convocação de toda a sociedade, sob nossa liderança nestes dois segmentos – nascimento e  primeira infância? Acreditamos na possibilidade desta mudança? É necessário acreditar e ter coragem, a fim de nos empenharmos nesta AÇÃO!

Os Estudos comprovam como vimos no artigo anterior  “A família e o Desenvolvimento da Autonomia dos Filhos”, que o parto natural, as primeiras horas do nascimento e a amamentação no primeiro ano de vida, são fundamentais para estabelecer o vínculo mãe-filho. Este vínculo, como sabemos, vai estabelecer a segurança emocional no adulto, constituindo uma personalidade mais equilibrada.

Por outro lado, sabemos pelos Estudos da Universidade de Columbia (USA)  iniciados pelo psicólogo René Spitz na década de 60 e continuados hoje pela equipe do Depto. de Psicologia daquela Universidade, que os três primeiros anos de vida da criança são fundamentais em termos de estimulação psicossocial. Acrescente-se que quando esta estimulação é dada através de pessoas envolvidas emocionalmente com a criança (pais e avós, principalmente) ocasiona um aumento significativo das conexões neuronais do cérebro. Adiante-se que serão estas conexões que irão dar suporte ao desenvolvimento intelectual e emocional da criança.

Portanto, trabalhar nestes fatores mencionados, numa AÇÃO COMUNITÁRIA onde todas as forças da sociedade estejam presentes é O GRANDE DESAFIO para as mudanças que almejamos!

E como chegaremos lá?

Cada Seccional da Escola de Pais poderá desenvolver um Projeto, com a participação das instituições mencionadas, presentes nas suas cidades.

A esta altura vocês podem estar se perguntando: E onde estão os Projetos para serem implantados?  Respondo: Não existem projetos prontos! A garra e a coragem que brotará da união social-comunitária é que vai estabelecer as diretrizes destes Projetos!

 A pretensão é ousada e o desafio é grande, mas acredito que o AMOR que é causa  nobre, fará brotar a criatividade em cada Seccional da Escola de Pais, que junto às outras forças da Comunidade darão um testemunho marcante para que realizemos tão almejada mudança!

 Concluo com o pensamento de Miguel de Cervantes colocado na sua obra Don Quijote de la Mancha: “Quando só um sonha, é apenas um sonho, mas quando muitos sonham, começa a realidade”.

                                               

Arlindo Salgueiro junto com sua esposa, Ana Maria Bittar Salgueiro são Psicólogos Clínicos, membros fundadores da Escola de Pais do Brasil  – Seccional de Santos.

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