Desafios e oportunidades na adolescência e juventude

Teens on a roundabout showing the 4 seasons.

ADOLESCÊNCIA e juventude são períodos de transição entre a infância e a fase adulta. Evidentemente, envolvem desafios e oportunidades, tanto para quem está nelas como para quem convive com pessoas nestas etapas. Fases que têm seus encantos, suas necessidades, peculiaridades e muitas dúvidas.

Como preparar as pessoas mais importantes da nossa vida em uma sociedade em plena transformação e numa velocidade nunca imaginada, com demandas diferentes, outros comportamentos e sem ideia do futuro? É assustador. No entanto, temos uma missão a cumprir e a paralisação está longe de ser uma boa opção.

Acredito que uma boa opção é investir no percurso. Como seres humanos, temos a tendência, muitas vezes, de focar na chegada e nos esquecemos de investir e até mesmo de aproveitar o percurso. Desfrutar do percurso, muitas vezes, nos oportuniza identificar a necessidade da mudança de rota e ter um melhor resultado.

Atualmente, o investir envolve muitas frentes, tais como: cuidados com o bem-estar físico – alimentação, atividades físicas e relaxamento; saúde mental – compreender/administrar emoções e sentimentos; inteligência emocional – desenvolver as competências e habilidades emocionais e socioemocionais. Além, é claro, do preparo intelectual para um trabalho no futuro, que já não segue a mesma lógica vivida por nossos pais e, com certeza, será diferente da nossa também.

Saúde mental e inteligência emocional são assuntos recentes e para cuidar da saúde psíquica, desenvolver as competências e habilidades emocionais/socioemocionais dos adolescentes e jovens, é necessário começar por nós adultos. É fácil? Não. Possível? Com certeza. Trata-se de um exercício diário que demanda muita perseverança, pois mudança comportamental demanda tempo. Lembrando que, hoje o mercado de trabalho já considera, e muito, as competências e habilidades pessoais/sociais e profissionais, que podem ser desenvolvidas.

As habilidades socioemocionais precisam ser trabalhadas diariamente, como qualquer outro conteúdo escolar. Seus benefícios são certos, especialmente para a redução dos problemas com bullying; o desempenho acadêmico; a compreensão e a resolução de problemas; a criatividade para lidar com as situações do dia a dia, lidar com as frustrações e obstáculos cotidianos, o convívio em sociedade, trabalhar em equipe, foco e concentração, mais resiliência e determinação e aumentar o respeito por outras pessoas.

Alguns requisitos são necessários para desenvolver habilidades socioemocionais na família para a formação de filhos emocionalmente saudáveis: presença com qualidade, paciência, participação nas atividades, exemplos, elogios, definição de limites, rotinas, divisão de tarefas – os chamados acordos de convívio. Além disso, as habilidades associadas às competências socioemocionais contribuem para a autoconsciência, autorregulação, o convívio social, a empatia, a compaixão, o altruísmo e a resiliência.

A resiliência faz toda a diferença na gestão das emoções, no aumento da tolerância a frustrações e, consequentemente, na proatividade, produtividade, criatividade e nos relacionamentos. Encerro esta pequena reflexão com a certeza de que a FAMÍLIA:

• Deve ser o ESPAÇO em que os adolescentes e jovens sintam-se acolhidos, seguros, possam se desenvolver/preparar para um percurso saudável rumo ao futuro e tenham a certeza de que seu lar é o ponto de partida, de chegada e de permanência, independente do formato;

• Deve dar a devida importância ao desenvolvimento e/ou fortalecimento da inteligência emocional, que pode ser definida como a capacidade que um ser humano tem de lidar com as emoções;

• Deve ter redes de apoio. Rede de apoio facilita e contribui para uma educação mais assertiva, sendo que a escola é a rede de apoio mais próxima.

A Escola de Pais do Brasil também pode se tornar uma rede de apoio importante, especialmente por meio do site e dos Círculos de Debates.

Referências

CURY, Augusto. Gestão da Emoção. São Paulo: Editora Benvirá, 2015.

 CURY, Augusto. Inteligência Socioemocional: ferramentas para pais inspiradores e professores encantadores. São Paulo: Editora Sextante, 2019.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Editora Objetiva, 1996.

GOLEMAN, Daniel. O Cérebro e a Inteligência Emocional. São Paulo: Editora Objetiva, 2012.

HOFFMAN, Mary. O grande livro das emoções. São Paulo: Editora Paulinas, 2013.

Material Escola de Pais do Brasil.

PEREIRA, Cristina; VALCÁRCEL, Rafael. Emocionário: diga o que você sente. São Paulo: Editora Sextante, 2018

Marlene de Fátima Merege Pereira – Associada da Escola de Pais do Brasil Curitiba E-mail:marlenefmpereira@gmail.comPublicado na Revista Escola de Pais do Brasil – Seccional Curitiba, Agosto de 2022, p.12-13.

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