A abordagem do tema “cuidando de quem cuida”, pela Revista Escola de Pais do Brasil, é eminentemente urgente para o momento em que o nosso país envelhece a passos galopantes e também pela falta de qualidade de vida de todos. Falar em qualidade de vida pode ter várias conotações e interpretações, uma vez que o tema em si, não é o mesmo, para todas as pessoas. Há uma tônica que diz: “Se o cuidador, não se cuidar, vai antes do doente.”
Mas como o cuidador ou o plural deste, deve manter a própria saúde em benefício de outrem necessitado?
Avalie a sua disponibilidade em todos os sentidos, tempo, condição financeira, emocional, física, etc.
– Então parta para um plano com metas a serem desenvolvidas. Nesse momento, lembre-se que você não é única(o), muito menos insubstituível.
– Delegue poderes, chame parentes próximos, amigos e peça ajuda, sem constranger-se. Os mais atribulados sempre encontraram um tempinho ou uma maneira de ser útil, como fazer compras para casa, levar a uma consulta, ou até mesmo alguma tarefa extra.
– Estabeleça escalas de pessoas, horários definindo prioridades com compromisso de todos os engajados.
– Quanto maior o conhecimento sobre o que afeta o nosso paciente, melhores serão as condições de abrangência para enfrentar suas dificuldades. Portanto, leia, informe-se, veja artigos, vídeos tudo o que estiver ao seu alcance para poder estar bem informado sobre o assunto e, com isso, poder dirimir dúvidas a todos que se envolvem na situação de cuidador.
– Detecte seus sentimentos, pois você também é humano, portanto susceptível a altos e baixos tais como: cansaço, raiva, frustração, tristeza, problemas de culpa etc. Nesse momento, fique atento ao seu termômetro interno de sentimentos e busque apoio em sua rede social ou mesmo profissional.
– Para cada tipo de enfermidade, existe um grupo de apoio; no qual você não se sente só, compartilha com os demais membros, afetados na mesma instância, desenvolvendo um espírito de solidariedade, sentindo-se acolhida e não mais tão só quanto imaginava. Neste grupo de apoio, você pode fortalecer-se, enfrentando as adversidades diárias e até mesmo preparando-se para a partida definitiva do doente.
– Enfim, você necessita fortalecer-se cuidando de sua saúde com alimentação correta, exercícios diários, dormir o suficiente e ter momentos de lazer.
Somente aquele que está pleno de si, inteiro, é que pode doar-se e enfrentar esta árdua e longa tarefa de ser cuidador.
Maria Luiza de Castro Brandeburgo – Psicóloga – CRP 12/08036, Pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental, Membro de Grupos Bíblicos em Família (GBF) e Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) na Arquidiocese de Florianópolis. Contatos: psicolou4@gmail.com ou pelo fone (48) 9951-9730.
Artigo publicado na Revista Escola de Pais do Brasil – Seccional da Grande Florianópolis nº 6, junho de 2015, p. 46.
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