As crianças são impulsivas por natureza e há que respeitar esse traço das suas personalidades infantis. Contudo, impor disciplina e limites é indispensável para que aprendam a socializar de forma correta e para que saibam até onde podem ir. Saiba como estabelecer limites a uma criança para que ela não abuse da confiança e bondade dos pais.
Defina os limites
É você como pai, mãe e/ou educador que tem de definir os limites até onde a criança pode ir. Não deixe ao critério infantil ajuizar de quando já foi longe demais, a criança não possui ainda discernimento necessário para se aperceber dessas situações. Estabeleça as regras e faça com que ela perceba sem sombra de dúvida que não deve ultrapassar esses limites.
Assuma o seu papel sem receios
Uma das razões pelas quais tantas crianças parecem ser incapazes de assimilar regras de comportamento é porque estas não lhes são transmitidas com a devida firmeza.
Passou-se um pouco dos oito aos oitenta em relativamente pouco espaço de tempo, e se há alguns anos atrás os pais e professores se assemelhavam a tiranos intransigentes, hoje em dia assiste-se a uma crescente desresponsabilização por parte dos adultos no que diz respeito ao seu papel de educadores e formadores de futuros adultos.
As crianças precisam de sentir que o adulto tem poder e sabedoria para lhes transmitir indicações de conduta. Nenhuma criança obedecerá a alguém que não se sabe impor.
Isto funciona tanto para os pais em casa, como para os professores na escola. Pais e professores não são os melhores amigos, são educadores, e não se podem comportar em relação à criança como se tivessem a sua idade, ou como se estivessem no mesmo nível de hierarquia do que ela.
Como fazer para que uma criança nos ouça?
Primeiro do que tudo há que baixar o tom de voz. Isso mesmo! Gritar e barafustar não produzem resultados. As crianças não precisam de palmadas ou que se lhes grite para que percebam como se devem comportar. Precisam sim de indicações claras, concisas e precisas sobre a conduta que devem adotar.
Dirija-se à sua criança num tom de voz calmo e tranquilo, utilize vocabulário que ela consiga descodificar e formule frases simples mas decididas. Não aja como se estivesse a pedir um favor à criança. Aja como a pessoa que você é, alguém a quem a criança deve obedecer, e de quem deve acatar indicações.
Não transija com faltas de respeito
Por muito que lhe custe não transija com desrespeitos. Se a criança se lhe dirigir de forma desrespeitosa, falando alto, chamando nomes feios, batendo até, mostre-lhe imediatamente que aquele comportamento não será tolerado.
Imponha castigos e penalizações a cada vez que a criança se comportar desajustadamente. Se você transigir com maus comportamentos uma, duas vezes, estará a criar um precedente difícil de eliminar depois.
Pense na melhor forma de punir a criança
Antes de impor qualquer regra a uma criança há que pensar em qual será a consequência se a regra for quebrada. Tudo na vida tem uma consequência e é bom que a sua criança perceba a relação acção-efeito desde bem pequenina.
De que mais gosta a criança e que não seja indispensável ao seu bem-estar e saúde? Jogar no computador ou na playstation? Assistir a desenhos animados? Trocar mensagens nas redes sociais com os amiguinhos? Pois bem é mesmo por aí que você pode começar a impor restrições a cada vez que a criança não cumprir com as regras de conduta que você lhe impôs.
Não dê nunca o dito pelo não dito
Dar o dito pelo não dito é uma expressão popular que significa voltar atrás naquilo que estava previamente determinado. Por exemplo: se você explicou à criança que não arrumar o quarto lhe custaria um dia sem jogar no computador, então mantenha essa sua decisão por muito que a criança chore ou esperneie.
Não se deixe convencer pelas manhas infantis. Desfazer um castigo apenas o vai desautorizar face à criança e não trará nada de positivo. Muitos adultos irresponsáveis seriam pessoas bem diferentes se tivessem desde cedo aprendido que todas as nossas ações têm um resultado inevitável.
Educar uma criança não é tarefa fácil, requer muito amor, muito carinho mas também muita força de vontade e determinação. Apenas sorrir e dar beijinhos não é a melhor estratégia para incutir juízos de valor aos mais pequenos. Por vezes uma atitude firme pode ser muito mais eficiente e produtiva do que uma postura de complacência.
Uma reprimenda surte certamente melhores efeitos do que um encolher de ombros e um “deixa andar”. Aprende-se errando e nunca temos a certeza de como fazer, porém se fizermos tudo por amor, e com amor, de certeza que faremos um bom trabalho na educação das nossas crianças.
Publicado no site: www,pequenada.com
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