A classe média brasileira não sabe como lidar com os problemas familiares e começa a questionar seus próprios métodos pedagógicos. Depois de uma época extremamente repressiva, que apenas proibia comportamentos, presenciamos o inverso: pais que se sentem na obrigação de dizer sim a tudo. Será esta a melhor maneira de desenvolver o senso crítico dos filhos?
O momento mais delicado na formação da personalidade é a adolescência, fase em que barreiras são contestadas, a rebeldia dos jovens se manifesta explicitamente e eles passam a cristalizar valores éticos e morais, dando prosseguimento à evolução cultural humana.
Proibir-lhes qualquer espécie de questionamento foi uma maneira cômoda que muitos pais encontraram de não enfrentar essa etapa do desenvolvimento de seus filhos. Passaram a esbravejar ante qualquer opinião ou atitude contrária à sua, sem argumentos convincentes e a exigir obediência.
Adotar a postura contrária, como fazem algumas vítimas desse modelo autoritário, também não soluciona o problema. Apesar da extrema liberdade que oferecem aos filhos, os índices de consumo de drogas, criminalidade e agressões familiares não diminuem. Para os jovens dessas famílias não há mais limites a romper, e isso os desorienta, prejudicando sua formação.
Diante dessas duas situações contraditórias, mas de efeitos semelhantes, somos forçados a aceitar um modelo híbrido de educação. Que permita uma boa dose de liberdade, direito fundamental dos seres humanos, mas que imponha a autoridade necessária para a construção da personalidade de nossos filhos.
Publicado na Revista nº 3 – 2003, da Escola de Pais – Seccional de Timbó
Ivone Teske Krieger – Professora em Timbó
Parabéns à EPB, seccional Biguaçu, pela iniciativa da construção do site. Achei os assuntos bastante ricos e instrutivos e muito pertinentes à causa da educação.
Acredito que auxiliará muitas famílias a refletir sobre o processo educativo e a adoção de posturas positivas.