A religiosidade no seio da família

Educar para a vida é a mais gratificante missão dos pais, e seus filhos são os mais beneficiados. Num mundo globalizado em que os meios de comunicação se tornaram os maiores vilões que interferem sobremaneira nessa relação de ensino-aprendizagem, no lar e fora dele, sem dúvida, criou-se obstáculos cujos desafios merecem uma reflexão bastante aprofundada, que vislumbrem saídas e caminhos com menos pedras e espinhos. Sabe-se que o diálogo franco e a capacidade de saber ouvir o outro é fundamental para uma comunicação verdadeira entre pais e filhos. Os pais precisam criar momentos propícios e saudáveis para se comunicar entre si e com seus filhos amorosamente.

     Se a educação direta e indireta, formal e exemplar está num período de inércia, imagine os valores religiosos que funcionam como freios de condutas e atitudes não agradáveis a Deus, frutos dos impulsos humanos na busca dos seus desejos e ambições. O trato da religiosidade no seio da família é idealizado como meio para atingirmos os fins desejados e não como meras tradições sociais. Os valores religiosos juntamente com os valores éticos e sociais, adequadamente consolidados como parte da educação da criança e do jovem possibilitam por si só, pessoas viverem em comunidade prazerosamente.

    O exercício da religiosidade é manifestado nos diversos momentos da convivência familiar. Agradecer o alimento de cada dia, orar em família e individualmente, participar como igreja na sua comunidade objetivando o amor a Deus e ao seu próximo. Outro aspecto de fundamental importância é disponibilizar seus dons a serviço do outro sem restrições.

    Como Esposos, pais e filhos, têm no “Livro da Vida”, fonte inesgotável de ajuda e orientações para perseverarmos com fé naquele que nos criou.

    Usando da Pedagogia – “Educa o teu filho, esforça-te (por instruí-lo), para que te não desonre com tua vida vergonhosa.” Eclo 30, 1-13.  Pais com responsabilidade de educador – “Ensina a criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar.” Prov 22, 6. Quem honra obedece aquele que mais ama. Assim deve ser a relação entre pais e filhos que vivem sob o julgo da verdade e da fé, como: “Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor; porque isto é justo… Pais, não exaspereis vossos filhos,…” Efe 6, 1-4;  “Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra”. Deut 5, 16; “Quem honra sua mãe é semelhante aquele que acumula um tesouro… Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos,…” Eclo 3, 5-18.   A responsabilidade dos pais em educar seus filhos é tão séria que Deus nos fala em Eclo 30,8 “Um cavalo indômito torna-se intratável; a criança entregue a si mesma torna-se temerária”. Essas instruções e tantas outras não nos dão o direito de silenciarmos sobre a religiosidade na família, mas sermos cúmplices delas. Para uma Paternidade Responsável basta observar Eclo 30,2 “Aquele que dá ensinamentos a seu filho será louvado por causa dele, e nele mesmo se gloriará entre seus amigos”. Há maior gratificação que esta?

     O que estamos assistindo hoje, pelo mundo a fora, é o temor de sermos vítimas das estruturas sociais medonhamente instaladas interferindo dramaticamente no nosso lar através dessa comunicação sem freios e sem escrúpulos. Dar um basta simplesmente não seria uma solução inteligente, pois o mundo vive um momento em que o comércio estimulado pelos meios de comunicação nos conduz compulsivamente a “comprar o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para agradar a pessoas que não nos interessa”.  Dessa maneira, o lucro dessa maneira, o lucro ganancioso de quem vende e a vocação de ter sempre mais e melhor acelera o surgimento de novas tendências e novas ideologias não construtivas no contexto da família que é atingida e envolvida por interesses que visam entrar nessa “onda do prazer e do consumo” em nome de outra necessidade chamada de “Qualidade de vida” que exclui deliberadamente o Deus de Jesus Cristo do seio da família tornando-a refém do sistema materialista. Por isso, “A família como educadora no mundo de comunicação” tem como desafio formar verdadeiros cidadãos a fim de manter sempre viva sua função de “Célula-mãe” da sociedade através das conversas de alpendre.

 Publicado na Revista Programa do 49º Congresso Nacional da Escola de Pais do Brasil – São Paulo – junho de 2012, p. 41.

José Anildo da Silva – Oficial da Marinha do Brasil/Professor de Geografia e História – Associado da Escola de Pais do Brasil – Seccional Fortaleza

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