A arte de educar

Um artista quando se depara com uma tela em branco, deixa-se levar pelas  emoções. Não sabe ao certo que obra irá criar e nem mesmo que cores  deverá usar. Tem sim uma vontade imensa de realizar algo que seja belo, que inspire os outros e, principalmente, que sua obra possa falar por si  mesma.

Educar é uma arte, os pais recebem seus filhos, tão pequenos e indefesos e admiram cada traço daquele pequeno ser. Enchem-se de emoção e ternura e deixam-se levar pelo amor. Não sabem ao certo o que será de seu filho, mas sabem que precisam cuidar, acolher, orientar. Os pais possuem uma vontade imensa de preparar um caminho seguro, longe das dificuldades, visam o melhor para os seus filhos e desejam que o mundo os trate bem.

Cada ser é uma tela, que vai aos poucos sendo colorida. Às vezes , usamos cores fortes, outras vezes cores suaves. Quando estamos nesse ateliê de educar, nós pais, muitas vezes nos deixamos levar pelos sentimentos, porém o que ficará marcante e singular é o que fizermos no decorrer de nosso trabalho.

O grande artista, Cândido Portinari, gostava de retratar em sua obra, crianças brincando com pipas, piões, bolas de gude, pega–pega. Cada criança em sua obra tinha uma característica própria, de  acordo com o seu brinquedo.

Nossos filhos também são assim, cada um com seu jeito particular, com seu carisma, com seus desafios. Nós pais precisamos ter esta percepção para poder compreendê-los  e guiá-los no caminho da vida.

Um filho pode ser como uma pipa que voa alto, quer conhecer o mundo com rapidez, sonha, não tem medo de se arriscar ao vento. Outro filho pode ser como um pião, que fica a girar, sem muito sair do lugar pois lhe falta coragem para descobrir o que a vida oferece. E agora? O que fazer? Como agir diante dessas diversidades? Buscar o equilíbrio e dar o limite necessário para cada um procurando ter paciência, perseverança e persistência, pois isso é educar. Deixar a pipa voar, porém, de vez em quando puxar a linha, para que não se afaste demais, orientar na direção certa e se for preciso colocar uma nova rabiola.

Para o pião, soltá-la devagar, sempre buscando o mais distante. O pião voltará cansado, nesse momento será necessário acolhê-lo e soltá-lo no momento oportuno. Com confiança, o pião poderá girar mais rápido e irá buscar seu equilíbrio pois, sabe que sempre encontrará em seus pais, o apoio nos momentos de dificuldades.

Não desperdicemos energia com algo sobre o qual nada podemos fazer. Cultivar na mente e no coração atitudes nobres fará com que encontremos significado único, sua missão no mundo.

Giselle da Silva Fiamoncini Pedagoga, Orientadora Educacional, Coordenadora Pedagógica, Especialista em Psicopedagogia, Pós-Graduada em Educação Infantil; Psicóloga – CRP 12/12743. Contatos: gisellef.psic@gmail.com

Artigo publicado na Revista Escola de Pais do Brasil – Seccional da Grande Florianópolis nº 6, junho de 2015, p. 42.

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